Pelo menos três em cada dez domicílios brasileiros tinham computador em 2008, totalizando 18 milhões de residências (31,2% do total). Além disso, dois em cada dez eram conectados à internet, somando quase 14 milhões (23,8%). Embora os números mostrem algum avanço em relação aos dados de 2007, ainda revelam desigualdade no acesso a essa tecnologia.

Mais da metade dos domicílios do país que têm computador está localizada no Sudeste (10 milhões), região que também concentra a maior proporção de domicílios conectados à internet (31,5%). Em seguida vêm o  Sul (28,6%) e o Centro-Oeste (23,5%). Nos últimos lugares aparecem as regiões Norte (10,6%) e Nordeste (11,6%).

Os dados foram divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008. O estudo, publicado anualmente, traz uma radiografia da situação econômica do país, com informações sobre população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimentos.

De acordo com Elis Monteiro, relações públicas do Comitê para Democratização da Internet (CDI), organização não governamental que atua na inclusão digital de pessoas de baixa renda, especialmente nas favelas do Rio de Janeiro, os números revelam que as classes sociais mais baixas ainda têm muitas dificuldades no acesso principalmente à internet.

“O acesso ao computador ficou mais fácil nos últimos anos, com a queda de preços e programas de financiamento para aquisição desse bem. Ao mesmo tempo, o acesso à internet requer investimentos mais altos tanto por parte do governo como da iniciativa privada. Muitas vezes as empresas que levam a infraestrutura, que é a base de tudo, acabam concentrando sua área de atuação, em que também está concentrado o dinheiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. O governo precisa fazer um trabalho de convencimento para que essas companhias universalizem a estrutura e melhorem a qualidade do acesso”, defendeu.

Essa diferença entre as regiões foi notada pela empregada doméstica Edna Maria da Silva, que chegou ao Rio vinda de Pernambuco há cerca de seis meses. Logo que conseguiu um emprego na capital fluminense, fez sua matrícula em um curso de informática.

“Lá no Nordeste é muito mais difícil conseguir locais com acesso à internet. Aqui no Rio, pelo menos, as casas parecem ter mais computadores com o serviço. Por isso, logo que eu consegui um emprego tratei de me inscrever, porque hoje em dia, sem saber mexer no computador, é quase como se a gente não soubesse ler e escrever”, afirmou.

Telefonia celular

O acesso à telefonia também cresceu, principalmente a celular. Entre os dois anos, o número de domicílios com algum tipo de telefone somou 82,1%, sendo que só de 2007 para 2008 foram 4,4 milhões de casas a mais com telefone (sendo que 3,98 milhões foram celulares). Os lares que tinham só telefone móvel celular chegaram a 37,6% (um aumento de 5,9%), o que equivale a 21,7 milhões,

As proporções de domicílios que possuíam fogão, filtro de água, freezer e rádio pouco variaram.


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Pesquisa: 3 em cada 10 casas brasileiras têm computador

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