O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístisco Nacional começa analisar nesta segunda-feira (19), o que pode ser recuperado das obras do artista plástico Hélio Oiticica. Um incêndio que atingiu a casa de seu irmão, na última sexta-feira (16), destruiu parte do acervo de um dos maiores nomes da arte brasileira, no Rio de Janeiro.
A família cuidava do acervo porque acreditava que o Centro Municipal de Arte “Hélio Oiticica” não tinha condições para o devido armazenamento.
Em entrevista, o irmão do artista, César Oiticica, disse que não sabe porque o fogo começou, nem porque o sistema anti-incêndio não funcionou. Ele era o responsável pelo acervo e revelou que se sente culpado pelas perdas, que podem chegar a US$ 200 milhões.
No entanto, o curador o Projeto Hélio Oiticica e sobrinho do artista, César Oiticica Filho afirmou que a perda do acervo do artista plástico foi menor do que a estimativa feita inicialmente pelo irmão do artista, César Oiticica, que avaliava anteontem que pelo menos 90% do artista havia siso consumido pelo fogo.
“Quando a gente olha tudo preto, parece que tudo se acabou, mas quando vamos abrindo as caixas chamuscadas, vamos achando obras.”, disse o curador do Projeto Hélio Oiticica e sobrinho do artista, César Oiticica Filho.
O Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístisco Nacional, Carlos Fernando Andrade ressaltou que todas as equipes trabalharão para a recuperação das obras de Oiticica. Andrade avaliou, no entanto, que a perda deste material é como uma segunda morte do artista.
Em entrevista, o poeta e ensaísta, Ferreira Gullar revelou que livros e anotações de Hélio Oiticica foram as grandes perdas no incêndio da última sexta-feira.
Uma das obras mais reconhecidas de Hélio Oiticica, os “Parangolés“, foram totalmente destruídos e não podem ser refeitos. Parte do que restou da vasta produção do artista neoconcretista está sob os cuidados de importantes museus nacionais e internacionais.