O fato de o Brasil, ao lado de Estados Unidos, Egito e Turquia, não reconhecer o acesso à água como um direito humano básico causou certo mal-estar no 5º Fórum Mundial da Água, realizado esta semana em Istambul.

Vários países da América Latina, como Bolívia, Equador, Venezuela, Cuba e Uruguai, além de Suíça e Espanha, se mostraram descontentes com a posição dos brasileiros, que estariam se negando a debater o assunto.

O motivo do descontentamento destas nações tem origem em uma mudança na declaração ministerial, na qual a água passou a ser declarada como “necessidade humana básica”, ao invés de “direito humano básico”, reduzindo as implicações políticas do documento.

Fontes diplomáticas explicaram que esta mudança provocou mal-estar na “maioria” dos países presentes em Istambul, que pediram a reabertura do debate durante o fim de semana, com a chegada dos representantes ministeriais.

“O Brasil não quer reconhecer publicamente que se opõe à declaração da água como um direito humano básico”, disseram as fontes. Os países críticos ainda se mostraram descontentes com o fato de o Fórum Mundial da Água ser organizado por uma instituição privada, como o Conselho Mundial de Água.

“É muito triste que os Governos se submetam a um conselho privado dominado por grandes empresas”, disse um assessor do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.


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Para vizinhos, Brasil deveria reconhecer água como direito humano