O técnico da Costa do Marfim, o bósnio
Vahid Halilhodzic, afirmou que a situação em Angola, onde é
disputada a Copa Africana de Nações, é parecida com o período de
início da Guerra da Bósnia, em 1992.
A seleção marfinense está concentrada em Cabinda, província onde
houve, na última sexta-feira, um atentado contra a equipe do Togo,
que seria sua rival no grupo B do torneio.
O ônibus que transportava os jogadores togoleses, apesar de
escoltado pela polícia angolana, foi metralhado por membros da
Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (Flec), organização
separatista que assumiu a autoria do atentado.
Por causa do ataque, a seleção de Togo deixou a competição,
atendendo a um pedido do governo de seu país.
“A situação não é nada agradável. Estamos hospedados em um hotel
vigiado por policiais armados até os dentes, e treinamos protegidos
por eles. Tudo lembra uma guerra. Sinto-me como em meu país em 1992.
No entanto, não tenho medo”, declarou Halilhodzic ao jornal bósnio
“Avaz”.
Halilhodzic afirmou ainda que alguns de seus jogadores receberam
ameaças de morte, entre eles o atacante Didier Drogba. O treinador
tentou tranquilizá-lo, ao dizer que nenhum atentado poderia ser
feito contra ele no estádio.
“Estava prevista para ontem uma entrevista coletiva, mas foi
cancelada por razões de segurança. A polícia está em alerta máximo e
não quer nenhuma situação de risco. A sensação de pânico começa a
crescer, pois os rebeldes estão a poucos quilômetros da região onde
estão as equipes”, disse.
Segundo o bósnio, os jogadores estão “preocupados e com medo”,
mas precisam “pensar na partida contra Burkina Fasso, pois uma
vitória na estreia traria confiança à equipe”.
A Costa do Marfim será adversária do Brasil na Copa do Mundo. As
duas seleções estão no mesmo grupo – o G, do qual também fazem parte
Portugal e Coreia do Norte.