A equipe da candidatura do Rio de Janeiro levará aos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) o argumento de “mudar a sociedade brasileira e sul-americana” para sediar os Jogos de 2016.

“Não tenho dúvidas sobre as candidaturas de Madri, Tóquio e Chicago. Todas são magníficas. Mas o que para estes países seria apenas mais uma edição dos Jogos, para nós seria algo histórico, algo extremamente importante para nosso continente e nosso país”, afirmou hoje em Lausanne o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho.

Além do governador, participam da palestra o prefeito do Rio, Eduardo Paes; o ministro do Esporte, Orlando Silva; Henrique Meirelles, à frente do Banco Central, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da candidatura, Carlos Arthur Nuzman.

Em Lausanne, cada uma das cidades candidatas terá 45 minutos para expor seu respectivo projeto para 90 dos 107 membros do COI com direito a voto que estarão presentes, além de outros 45 para responder às dúvidas dos membros do comitê.

Orlando Silva se baseou no mesmo argumento. “A confiança expressada pelo presidente Lula em nosso projeto tem a ver com o novo papel do Brasil no mundo, com seu maior protagonismo internacional e o claro reconhecimento do poder dos Jogos para mudar a sociedade”, disse o ministro.

A boa situação econômica do Brasil em tempos de crise será outro trunfo da candidatura – prova disso é que Meirelles ficará a cargo de falar sobre as finanças. “Os investimentos para os Jogos estão de acordo com os aprovados em longo prazo pelo Governo”, afirmou.

Já Nuzman ressaltou que seu país conta com 65 milhões de habitantes que ainda não chegaram aos 18 anos, e “aproximar os Jogos dessa juventude seria um legado para o Movimento Olímpico”.

O prefeito da cidade, Eduardo Paes, abordou um assunto sobre o qual a candidatura está acostumada a dar explicações: a exigência de organizar quase que simultaneamente a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos de 2016.

“Estamos muito orgulhosos de ser sede do Mundial. Só pode servir de ajuda para os Jogos, porque muitos investimentos já estariam prontos em 2014. Mas os Jogos muito mais capacidade de transformação social que o Mundial da Fifa”, apontou.

A América do Sul nunca recebeu os Jogos Olímpicos. Em 1992, Brasília se candidatou à edição de 2000 e, em 95, o Rio tentou o evento de 2004. Além disso, a capital fluminense perdeu a disputa por 2012, ficando na fase de pré-seleção.

O belga Jacques Rogge, presidente do COI, lembrou em entrevista coletiva das declarações feitas por Lula em Genebra, nas quais pediu que o mapa olímpico chegue à América do Sul.

“Conheço a paixão com a qual Lula defende os Jogos, como já fez com o Mundial da Fifa. Lula é uma homem apaixonado e tem grande recepção no exterior”, considerou.

Segundo o presidente, o rodízio entre continentes será um dos fatores a serem levados em consideração na votação. “Os membros do COI que decidirão. Eu não voto”, afirmou.

“O Brasil faz parte das dez primeiras economias do mundo e, nesse círculo, é o único país que jamais organizou os Jogos”, disse o presidente em declarações publicadas pelo jornal “Le Temps”.

“Espero que o COI leve em conta a importância da América do Sul. O Brasil tem fronteiras com todos os países, exceto Chile e Equador. Encarna a motivação de todo um continente”, completou.


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Para "mudar sociedade brasileira", Rio espera sediar Jogos de 2016

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