Existe uma discordância entre as perspectivas de analistas de mercado e os da equipe econômica do governo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009. Enquanto os primeiros trabalham com uma queda no indicador, os representantes oficiais trabalham no território positivo.
 
Agora, parece que a situação começa a mudar. A edição desta terça-feira da Folha de S. Paulo traz uma reportagem que relatórios dos bancos Bradesco e Itaú Unibanco apontam que a recessão terminou em maio. O Brasil entrou em recessão técnica após ver a retração da economia por dois trimestres consecutivos (últimos três meses do ano passado e os primeiros três de 2009).

Agora este cenário já estaria diferente. Segundo análise do Bradesco, levando em conta os números até maio, o PIB do segundo trimestre de 2009 já apontava um crescimento de 1,7% na comparação com o período imediatamente anterior. Até abril, esses resultados eram negativos.
 
Já os números dos economistas do Itaú Unibanco apontam para uma alta de 2,3% da economia em maio na comparação com abril, o que também sugere uma alta para o PIB trimestral do país após a crise. Esses dados já estão dentro da nova metodologia do IBGE para estimar o PIB mensal. Em abril, o levantamento indicava retração de 0,7% em relação a março.

O diretor de pesquisas do Bradesco, Octavio de Barros, explicou ao jornal paulista que o país foi um dos primeiros do mundo a sair da crise. Segundo os números do IBGE, a economia encolheu 0,8% no primeiro trimestre e 3,6% no último trimestre de 2008. Para ele, apesar de previsível, o fato de a economia voltar a crescer precisa ser comemorado.

O Itaú Unibanco revelou na reportagem da Folha que desde janeiro seu cálculo mensal do PIB revela uma leve recuperação da economia, sendo que maio foi o mês que marcou uma expansão mais forte. “Do jeito que as coisas estão caminhando, não só teremos crescimento, como um crescimento bem positivo (no segundo trimestre). A gente captou uma coisa que não se via antes. Tínhamos vários indicadores mensais, como produção industrial e dados do varejo, mas que não davam o quadro completo”, disse Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, ao jornal.

Para o Itaú Unibanco, o PIB deve ter crescido entre 1,5% e 2% no segundo trimestre de 2009 em relação ao período anterior. Para o Bradesco, a alta pode ser de até 2,2%. Apesar dos números positivos, a expectativa dos bancos é que o país feche 2009 com queda na economia de 0,5%, já que os resultados do final do ano foram muito significativos.


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Para bancos, Brasil está fora da recessão desde maio