A Autoridade Nacional Palestina (ANP) e várias facções da Cisjordânia e da Faixa de Gaza fizeram um alerta neste domingo para a possibilidade de uma nova intifada por causa dos distúrbios ocorridos na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.
Mahmoud al-Habash, ministro para assuntos religiosos da ANP, considerou que fatos como esses levarão a uma nova Intifada na região, com dezenas de milhares de palestinos contra Israel.
“Esta é uma nova agressão israelense em um lugar reconhecidamente sagrado para os muçulmanos e nos adverte para consequências desfavoráveis não só de parte dos palestinos, mas no mundo todo”, destacou o ministro.
Mais cedo hoje, confrontos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos junto às mesquitas de Omar e Al-Aqsa deixaram nove agentes e 17 fiéis muçulmanos feridos.
Os distúrbios explodiram por causa de uma visita de um grupo de judeus à esplanada sob escolta policial, horas antes do começo do Yom Kippur (dia do perdão), a data mais sagrada do calendário judaico.
Nesse mesmo local, após uma visita em 2000 do então chefe da oposição israelense e depois primeiro-ministro Ariel Sharon, explodiu a Intifada de Al-Aqsa, que terminou em 2004 após a morte de mais de quatro mil palestinos e mil israelenses.
O nono aniversário da chamada Segunda Intifada – a primeira foi de 1987 a 1993 – é lembrado em 28 de setembro, nesta segunda-feira.
Segundo os palestinos, os judeus que subiram hoje à Esplanada das Mesquitas – ou Monte do Templo, no judaísmo – não eram turistas, mas dirigentes ultranacionalistas, o que despertou a ira dos quase 150 muçulmanos que estavam no local e jogaram pedras no grupo.
“Se a comunidade internacional não intervier, todos nos arrependeremos”, advertiu al-Habash, que também acusou Israel de fazer uso excessivo da força para sabotar o processo de paz e evadir de suas obrigações políticas em Jerusalém, onde vivem mais de 200 mil palestinos.
O braço armado do movimento Fatah, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, se juntou às advertências de al-Habash em um panfleto no qual adverte que este tipo de ação será enfrentado com sangue e pólvora.
O movimento islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza, pediu que os países e Governos árabes cumpram suas obrigações para proteger a Mesquita de al-Aqsa.
Em comunicado à imprensa, o Hamas diz que todas as opções estão abertas para defender por todos os meios a Mesquita de al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado na hierarquia do islã.
Ismail Radwan, porta-voz do movimento, pediu para que os palestinos se manifestem em apoio à mesquita e acusou o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, de ter minguado a capacidade ofensiva das milícias, o que agora permite que Israel “se atreva a estas agressões”.