Na reunião geral das 192 nações que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, hoje (12) em Copenhague, os principais emissores históricos de gases que provocam o efeitos estufa criticaram o rascunho, apresentado ontem (11), pelo grupo de trabalho que tenta buscar um acordo até o fim da próxima semana.
As críticas foram formalizadas pela União Européia, Japão e Canadá. A principal queixa é sobre o capítulo que trata da redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa nas grandes nações em desenvolvimento, entre elas China, Índia e Brasil.
O países ricos buscam dos países em desenvolvimento uma meta para reduzir as emissões futuras de CO2, enquanto os países do G-77 e a China aceitam assumir compromissos voluntários de diminuição, conforme está proposto no protocolo de Quioto.
Segundo o rascunho, que está em negociação, os países em desenvolvimento devem adotar medidas de mitigação, mas poderão ser submetidos à meta de frear as emissões até 2020, num patamar ainda não definido, que varia entre 15% e 30%. Já as nações desenvolvidas têm como meta, reafirmada no documento, reduzir as emissões, comparando com o nível de 1990, entre 25% e 40%, dentro de 11 anos.
Outro ponto que dificulta um acordo é o financiamento de longo prazo para combater o aquecimento global, que sequer foi mencionado no rascunho apresentado ontem. Um avanço, no entanto, foi a aprovação dos países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, que aplaudiram o esboço como um bom documento para ser trabalhado.
A delegação do Brasil reafirmou o apoio ao rascunho, que teve como um dos principais redatores o embaixador Luis Alberto Figueiredo. No entanto, a diplomacia brasileira espera avanços na negociação para criar fórmulas de adaptação das economias pobres às novas tecnologias para desenvolver ações contra o aquecimento global.
O presidente do grupo de trabalho, Michael Cutaia, também demonstrou otimismo, durante a plenária de hoje. O trabalho vai considerar os elementos que foram postos ontem sobre à mesa. Sei que temos que avançar no tema da mitigação e do financiamento de longo prazo. Espero que até o fim do dia as consultas tenham uma figura melhor, afirmou.
A presidente da Conferência, Connie Hedegaard, pediu que as discussões sejam transparentes na reta final da negociação. As sugestões são boas. É importante que o texto final tenha transparência. Existem ainda muitas sugestões e preocupações em aberto, admitiu.