A ONG Oxfam pediu nesta quarta-feira aos Governos europeus 35 bilhões de euros de dinheiro público ao ano para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar o impacto da mudança climática.
Segundo comunicado da ONG, esta quantia seria um adicional aos atuais compromissos de ajuda ao desenvolvimento, equivalentes a 0,7% do PIB de cada nação.
A União Europeia (UE) não deve obrigar os países a escolher entre construir escolas ou defesas contra as inundações, argumenta a Oxfam.
A ONG pede ainda aos dirigentes que irão à próxima cúpula de Copenhague, sobre mudança climática, que se comprometam a reduzir as emissões dos gases causadores do efeito estufa em pelo menos 40% comparando com os níveis de 1990.
De acordo com estudos científicos, apenas assim será possível evitar que as temperaturas globais aumentem em 2 graus centígrados e causem catástrofes naturais ainda maiores.
O diretor de campanhas da Oxfam, Phil Bloomer, citado no comunicado, lembra que a UE tem peso econômico suficiente para prestar a ajuda necessária e contribuir ao êxito da reunião de Copenhague.
Segundo cálculos citados pela Oxfam, aproximadamente 26 milhões de pessoas foram deslocadas devido às catástrofes climáticas e, anualmente, mais um milhão sofre o mesmo problema por conta das chuvas torrenciais e outros fenômenos vinculados à mudança climática.
“Os governantes europeus se comportaram até agora como se a Europa estivesse imune, mas a mudança climática não respeita fronteiras”, advertiu Bloomer.
Para chamar a atenção dos cidadãos europeus sobre a questão, a Oxfam montou centenas de tendas de campanha em miniatura, que simbolizam o drama dos deslocados, em capitais europeias como Londres, Madri, Bruxelas, Berlim e Dublin.
Mais de 200 tendas, projetadas pelo artista alemão Hermann Josef Hack, apareceram esta manhã na Millennium Bridge, de Londres, em frente à galeria Tate Britain. A via é uma das mais utilizadas pelos pedestres.