A recuperação da economia e o otimismo de lojistas e consumidores fazem com que o comércio espere um Natal gordo para 2009. A previsão é que serão injetados R$ 140 bilhões na economia brasileira em dezembro com o pagamento do 13º e uma oferta maior de crédito. Esse valor representa 20% a mais do que o mesmo período do ano passado.
Para garantir maior receita no período, algumas redes já aumentaram os pedidos de produtos como eletrodomésticos, eletrônicos e itens de informática em até 20%. Essa maior procura por mercadorias fará com que as indústrias da Zona Franca Manaus (AM), o principal pólo de produção de bens duráveis do país, contratem cerca de três mil trabalhadores temporários para o Natal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O presidente do Centro das Indústrias do estado do Amazonas, Maurício Loureiro, explica que na mesma época do ano passado não houve a contratação de funcionários temporários. “Aconteceu o contrário, tivemos que dispensar cerca de sete mil funcionários efetivos por conta da crise”.
No ano passado, com o agravamento da crise internacional a partir de setembro, o crédito praticamente sumiu do mercado. Na época o cenário era de demissões e redução das encomendas do varejo, lembrou Loureiro.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, lembra que no ano passado, além das dificuldades da economia, não havia uma previsão se o futuro seria de otimismo ou se a situação iria piorar. “O que se vê agora é uma economia em crescimento, com o emprego sendo retomado e a inadimplência se reduzindo”.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que com o pagamento do 13º salário sejam injetados R$ 75,8 bilhões na economia até dezembro. “É uma projeção conservadora”, diz o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Os cálculos incluem 60,5 milhões de assalariados e 15,3 milhões de aposentados e pensionistas da Previdência.
Outro termômetro que ajuda o comércio a preparar um Natal mais gordo é a maior confiança do consumidor. O índice que mede esse otimismo, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) atingiu 111 pontos em agosto e praticamente voltou ao nível pré-crise.