Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Sonhar é fundamental e aventurar-se para realizar sonhos é preciso. A partir de uma temática freudiana [calma, a citação ao mestre da psicanálise termina aqui], surge o pano de fundo de Up – Altas Aventuras, longa de animação da Pixar que retrata com propriedade a avalanche de sentimentos que envolvem os sonhos. E basta ver a primeira metade do filme para entender isso.
O longa dirigido por Pete Docter conta a história do viúvo Carl Fredricksen, um velho vendedor de balões que se vê impotente diante da natureza da vida por não conseguir realizar o desejo de infância de ir com sua esposa até as Cataratas do Paraíso. Descrente que a vida pode lhe proporcionar novas alegrias, o rabugento Carl parece conformado em aguardar a morte. Parece…
Como último suspiro antes de ser encaminhado para o asilo, ele parte para realizar seu sonho (e de sua amada) com destino ao paraíso. Mas eis que o jovem escoteiro Russel surge para apimentar os rumos dessa história.
Como ocorre nos trabalhos da Pixar, Up reúne toda a família por se tratar de mais uma animação com enredo para todas as idades e voltado aos mais diferentes públicos. Trata-se do simples e complexo de boa aceitação.
Mas nem tudo são flores. Quando a dramaticidade termina e dá lugar ao lado aventureiro da trama, Up perde considerável fôlego. Mesmo assim, Carl e Russel nos mostram que a realização dos sonhos é um caminho repleto de provações.
Com excelente trabalho de animação, construção de personagens e detalhamento das cenas (potencializadas na versão 3D), Up pode até sonhar com o Oscar de melhor filme, mas deve ficar apenas com a merecida estatueta de melhor longa de animação.
