O responsável das Nações Unidas sobre mudança climática, Yvo de Boer, pediu nesta segunda-feira à União Europeia (UE) que esclareça quanto oferecerá aos países em desenvolvimento e em que condições aceitaria elevar seu compromisso de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) de 20% para 30% até 2020.
“A UE deve dar clareza sobre as condições para elevar seu compromisso de redução, assim como sobre o financiamento a países em desenvolvimento”, disse De Boer, que assiste hoje em Bruxelas ao Conselho de Ministros de Meio Ambiente do bloco.
Em sua opinião, a UE segue liderando a luta internacional contra a mudança climática, seguida da China, que também está dando sinais claros de compromisso, mas deve ser mais precisa nestas duas questões se quiser que a cúpula sobre mudança climática entre 7 e 18 de dezembro em Copenhague tenha êxito.
No entanto, segundo De Boer, os responsáveis de Meio Ambiente europeus não poderão decidir hoje sobre a contribuição da UE ao financiamento público internacional para auxiliar as nações em desenvolvimento a combater a mudança climática, já que se trata de uma “decisão política” que depende dos ministros de Economia e Finanças e em última instância dos chefes de Estados e de Governo dos 27 países-membros.
A UE se comprometeu a reduzir até 2020, de forma unilateral, 20% de suas emissões de CO2 em comparação com os níveis de 1990 e elevar esse corte até 30% se outros atores internacionais realizarem “esforços comparáveis”.
“Não digo que a UE deva reduzir 30% independentemente do que acontecer (em Copenhague), mas sugiro que obtenhamos clareza sobre em que condições a Europa se sentiria em posição para avançar rumo aos 30%”, explicou De Boer e considerou que “a peça que falta” neste sentido é a posição dos Estados Unidos.
Acrescentou que a UE também deveria esclarecer outros aspectos mais técnicos de sua posição, como se contabilizará a assimilação de CO2 das florestas caso aceite elevar seu compromisso para 30% (já que o compromisso atual de 20% não leva em conta este aspecto).