A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa da ONU contra a AIDS (Unaids) reagiram nesta quinta-feira com “otimismo” ao anúncio de uma vacina que reduz o risco de contágio da doença, mas afirmaram que, como a proteção é parcial, deve-se seguir reforçando a prevenção.
“Até que uma vacina contra a AIDS altamente efetiva não esteja disponível, a Unaids e a OMS fazem insistência na importância dos métodos efetivos de prevenção da AIDS”, assinalaram em comunicado conjunto emitido pouco depois da apresentação da nova vacina, esta quinta-feira.
Um grupo de cientistas americanos e tailandeses apresentou em Bangcoc uma vacina que reduz o risco de contágio da AIDS em 31,2%, após ter realizado testes em 16 mil voluntários.
É a primeira vez que se consegue frear a doença com este tipo eficácia através de medicamentos.
No entanto, a OMS e Unaids defenderam manter o enfoque baseado na prevenção e que inclua “mudanças de comportamento para reduzir as práticas sexuais de risco, o uso correto e permanente de preservativos masculinos e femininos, o tratamento rápido e eficaz de infecções sexualmente transmissíveis, assim como a circuncisão masculina em meios com alta incidência da doença”.
Além disso, destacaram a importância de evitar o contágio de usuários de drogas através de seringas, assim como do pessoal de saúde.
Sobre a vacina apresentada hoje, afirmaram que um nível de proteção de 31,2% é considerado “moderado”, mas destacaram que este evento “alimenta a esperança que uma vacina efetiva para a AIDS poderia estar disponível para as povoações que mais o necessitam”.
Também sublinharam que não se tenham registrado problemas de segurança para a saúde durante os testes clínicos da vacina em questão.
No entanto, deixaram claro que ainda fica muito trabalho pela frente em relação à análise das informações obtidas a partir dessas provas.
Fica por entender “o mecanismo de proteção e determinar sua duração”, assim como “se os dois componentes específicos da vacina seriam aplicáveis em outras partes do mundo com diversas origens genéticas e diversos subtipos do vírus causadora da AIDS”, disseram.