O prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM-SP) se prepara para iniciar a maior obra de seu mandato. Em sua agenda, estão previstas a abertura do túnel mais extenso de São Paulo, que vai ligar a Avenida Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes, a criação de habitações para cerca de 30 mil pessoas e a construção de um dos maiores parques da cidade.
De autoria do arquiteto Paulo Bastos, o complexo projeto deseja requalificar uma ampla área de São Paulo e a Prefeitura pretende financiar as obras por meio dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Desde que o dispositivo foi criado, será a primeira vez que será utilizado para uma obra pública deste porte.
<b>PRINCIPAIS FRENTES</b>
A obra será divida em três frentes principais. Na frente viária, o estudo desenvolvido pela Secretaria Estadual dos Transportes ainda precisa definir onde será a entrada e a saída da obra, que terá uma extensão de 4,2 a 4,8 quilômetros.
O projeto também inclui reformas habitacionais e urbanísticas, pois o túnel vai passar embaixo de uma região onde existem 14 favelas (entre os bairros do Jabaquara, Brooklin e Vila Mascote), cuja população será removida.
A construção de apartamentos para os moradores e o trabalho de remoção já são coordenados pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). A terceira e última frente será a construção do parque em uma área estimada em 1,3 milhão de m².
<b>ESTIMATIVAS</B>
A Siurb (Infraestrutura Urbana e Obras) avalia que, com dinheiro em caixa, seria possível executar todas as obras em pouco mais de três anos. Existem cerca de R$ 400 milhões em caixa das últimas vendas dos títulos municipais, da Cepacs, em leilões.
Para completar a verba, a Prefeitura precisaria vender 2,5 milhões de Cepacs, a um valor estimado de R$ 600 cada um. Cada Cepac permite ao comprador construir 1 m² adicional ao mínimo permitido pela lei de zoneamento. Segundo a prefeitura, a obra será financiada por meio destes títulos, vendidos à iniciativa privada.