O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu colega chinês, Hu Jintao, destacaram nesta terça-feira (17) seu compromisso em aumentar a cooperação, apesar de terem manifestado diferenças significativas em aspectos chaves como os direitos humanos e a economia.
Ambos os líderes estiveram reunidos durante duas horas em Pequim para tratar de uma ampla agenda incluindo assuntos como economia, luta contra a mudança climática, direitos humanos e a não-proliferação nuclear.
Em uma entrevista conjunta à imprensa, após o encontro, Obama e Jintao trocaram elogios sobre as relações entre seus países. Com relação à mudança climática, os líderes destacaram o compromisso em alcançar êxito na reunião de Copenhague, que ocorre em dezembro.
Como os dois principais produtores e consumidores de energia do mundo, afirmou Obama, os dois países apóiam um acordo que tenha “um efeito operacional imediato” e que, como propôs o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, aborde todos os aspectos do problema.
Hu Jintato afirmou que tanto seu país como os EUA estão de acordo em ampliar o diálogo sobre ambiente e energia. Segundo explicou o líder chinês, China e os EUA buscarão o sucesso da cúpula de Copenhague sobre mudança climática levando em consideração as “responsabilidades” e as “capacidades” de cada país.
Obama e Hu anunciaram ainda uma série de acordos de cooperação sobre ambiente e energia, incluindo a criação de um centro conjunto de pesquisa em energias limpas.
Armas Nucleares
Os líderes abordaram ainda a não-proliferação e os programas nucleares da Coreia do Norte e do Irã. Neste sentido, estimularam Pyongyang a voltar “em quanto seja possível” à mesa de negociações de seis lados sobre seu programa atômico.
No que diz respeito ao Irã, o presidente americano advertiu à República Popular das “consequências” se não ficar claro que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Já Hu Jintato afirmou que ambas as partes estão de acordo em resolver a questão “mediante o diálogo”.
Uma das prioridades do líder americano nesta visita era persuadir o colega chinês, após ter obtido aparentemente apoio do russo Dmitri Medvedev, a dar respaldo à possibilidade de impor sanções ao Irã se aquele país continuar sem responder às ofertas internacionais.
Direitos Humanos
Obama também expôs ao líder chinês a questão dos direitos humanos de maneira semelhante ao que tinha expressado em um fórum com estudantes em Xangai na segunda-feira (16). Segundo Obama, “os direitos universais devem estar disponíveis para todos os seres humanos e todas as minorias”.
O presidente americano estimulou ainda à China a retomar o diálogo com os representantes do Dalai Lama tão em breve seja possível e ressaltou a política tradicional de seu país em direção à China e Taiwan, de “uma só China”.
Questões Econômicas
Hu Jintao não comentou sobre os direitos humanos na china e aproveitou a oportunidade para falar sobre economia. O líder chinês afirmou que tanto seu país quanto os EUA devem rejeitar o protecionismo “em todas as suas formas”, em alusão à imposição de tarifas aos pneumáticos chineses por parte de Washington desde setembro.
Sobre a cotação do yuan, que os EUA querem que a China flexibilize, Obama expressou sua satisfação pelo “compromisso da China de fazer a cotação de sua divisa mais orientada aos mercados gradualmente”, algo que considerou que contribuirá para tornar mais “equilibrada” a economia mundial.
Programação
Obama ainda vai visitar nesta terça-feira a Cidade Proibida pequinesa. No final do dia, o presidente americano voltará a se encontrar com Hu Jintato em um jantar de Estado, antes de partir na quarta-feira (18) em direção à Coreia do Sul.