O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou quinta (21) que fechará Guantánamo, apesar de o Congresso ter se recusado a conceder recursos para isso, e ainda declarou que existe a possibilidade de alguns dos presos ficarem em solo americano por tempo indeterminado.
“A prisão de Guantánamo debilitou a segurança nacional dos EUA. Isso é para inflamar nossos inimigos”, disse Obama, numa tentativa de contrariar os argumentos dos republicanos para manter a prisão aberta.
Em seu discurso, o presidente disse que alguns deles serão transferidos para prisões de segurança máxima nos EUA e julgados, sempre que possível, em tribunais federais. Obama disse ainda que seu Governo acatará a decisão dos tribunais de pôr 21 presos em liberdade, apesar de não ter dito para onde os prisioneiros serão enviados.
O presidente também disse que pretende criar um sistema legal que permita a prisão “prolongada” de alguns detidos, para evitar que eles ataquem os EUA no futuro.
O sistema seria destinado a pessoas que “não podem ser julgadas por delitos passados, mas que representam uma ameaça para a segurança dos EUA” por terem aliança declarada com Osama Bin Laden ou por terem sido treinados em campos terroristas.
CRÍTICAS
Imediatamente após o seu discurso, o ex-vice-presidente Dick Cheney, que se tornou a principal voz da oposição, alertou que “levar os piores dos piores terroristas para os EUA seria muito perigoso” e “motivo de arrependimento durante anos”.
As declarações de Cheney, um dos arquitetos de Guantánamo, foram feitas no Instituto Empresarial dos EUA, um centro de estudos conservador, e logo repercutiram entre os líderes democratas no Congresso, que negaram os US$ 80 milhões que Obama tinha pedido para fechar Guantánamo até que fique claro como isso será feito.
SEM APOIO
Nesta semana, líderes democratas negaram os US$ 80 milhões que Obama tinha pedido para fechar Guantánamo até que fique claro como isso será feito.
Segundo reportagem publicada pela Associated Press, um importante democrata – que não quis ter seu nome revelado – afirmou que o governo está mais preocupado com as operações militares no Iraque e Afeganistão do que com o presídio, ambiente conhecido por ser cenário de práticas de torturas.