Nesta quarta (20), Barack Obama completa um ano à frente da presidência dos Estados Unidos.
Sob o lema de Um Novo Nascimento da Liberdade, frase retirada de um discurso de Abraham Lincoln, o primeiro presidente negro do país tomou posse com um índice de aprovação de 78% e perante mais de 1.5 milhão de pessoas, que garantiram o evento de maior público em toda a história da cidade de Washington.
Mas hoje, um ano depois, a euforia daquele dia parece algo muito remoto. Se antes era saudado como o homem que salvaria os Estados Unidos (e o mundo), Obama já não é mais tão querido assim por aqueles que o elegeram.
Esta semana a rede de TV CBS divulgou uma pesquisa, na qual atesta que o presidente atingiu o ponto mais baixo de sua popularidade desde a posse: 46%. É a primeira vez que mais da metade dos americanos se mostra insatisfeita.
E, ao contrário do que muitos analistas previam, a pedra no sapato de Obama não vem de fora, por questões como Iraque e Guantanamo. De acordo com a pesquisa, seu grande problema é a política interna, especialmente a econômica.
Os americanos se mostram bastante pessimistas: 82% acham que a economia vai muito mal e apenas 31% acham que ela está melhorando. Quase metade (49%) entende que está tudo na mesma, e alguns (19%) enxergam até uma piora.
Há quem diga que ele ainda não teve tempo de consertar os estragos deixados pelos oito anos da administração de George W. Bush. Inclusive na economia, já que ele assumiu o cargo justamente no auge da crise mundial.
Além disso, com o nível de expectativas criadas, dificilmente seria possível atender a tantas demandas em apenas 12 meses. Tentando agradar a todos os setores da sociedade, Obama prometeu muito durante os dois anos de sua campanha eleitoral.
E muito mesmo. A equipe do site Polifacts.com, que ganhou um prêmio Pollitzer em 2009, reuniu mais de 500 promessas feitas pelo então candidato e montou o Obameter, um sistema para monitorar o andamento de cada uma delas.
Mas até que, apesar dos protestos e de ser cada vez mais chamado de mentiroso, a média do presidente americano ainda é boa. Das 502 elencadas, apenas duas ainda não foram classificadas e mais da metade é considerada em andamento: 275 propostas estão nessa categoria. Em segundo lugar no ranking vem os compromissos mantidos, somando 91.
O problema, no entanto, é que algumas das mais aguardadas promessas ficaram na gaveta. Itens ligados à economia e ao sistema de saúde dominam a lista dos 87 deixados de lado ou aparecem entre os 33 que passaram por mudanças ou nos quais Obama foi obrigado a fazer concessões. Quanto às promessas realmente quebradas, foram só 14.