Barack Obama, durante seu discurso chamado State of the Union (ou Estado da União), que tradicionalmente os presidentes norte-americanos fazem em janeiro para pontuar a política que será seguida ao longo do ano, fez uma forte chamada pela aprovação da Lei de Energia Limpa. Ele foi enfático: o país que liderar o desenvolvimento de uma economia baseada em energia limpa, irá liderar o economia global.
Para o presidente, é essencial a aprovação pelo Congresso da nova lei, que irá criar mais trabalhos, diminuir a importação de petróleo, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global, já que empresas terão que se adaptar e se tornar menos poluentes.
Mas para conseguir tal aprovação, analistas avaliam que Obama precisará fazer algumas concessões aos opositores republicanos. Isso ficou evidente quando o presidente se comprometeu a apoiar a construção de novas usinas nucleares, desde que mais seguras e com uma maior preocupação ambiental, bem como pesquisas no desenvolvimento do chamado carvão limpo.
Mesmo com a dificuldade de obter maioria no Congresso, Obama quer, e deixou bem claro, que os Estados Unidos seja o país a liderar essa corrida pela economia verde. O presidente enxerga nesse modelo um dos caminhos para recuperar a economia interna e, principalmente, os empregos que, junto com as guerras que o país se envolveu no Oriente Médio e a reforma do sistema de saúde, representou o ponto central de seu discurso feito ontem, 27.
Para quem acompanha suas falas, porém, Obama não foi tão enfático assim para conseguir um acordo durante a cúpula da ONU sobre o clima, ocorrida em dezembro em Copenhague. A reunião, aliás, nem foi citada. Resta, por isso, uma ponta de ceticismo em relação ao otimista discurso.