As equipes de resgate brasileiras e francesas recuperaram no Oceano Atlântico 17 corpos de vítimas do Airbus A330-200 da Air France que desapareceu com 228 pessoas a bordo, segundo informações oficiais da Marinha e da Aeronáutica.

O chefe da divisão de relacionamento com a imprensa da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-coronel aviador Henry Wilson Munhoz Wender, explicou em entrevista coletiva que a Marinha resgatou nove corpos, enquanto os outros oito foram recuperados pela fragata francesa “Ventôse”.

As autoridades também informaram que a Air France confirmou que o número de série de um assento de cor azul recuperado este sábado em alto-mar corresponde ao Airbus, que desapareceu dos radares há uma semana durante um voo entre Rio de Janeiro e Paris.

“Já não há dúvida de que todas as partes que estão sendo encontradas são do voo acidentado”, declarou Munhoz Wender em entrevista coletiva.

Munhoz Wender disse que “outros corpos foram avistados” pelas equipes de resgate que estão na área em que ocorreu o desastre, onde operam hoje cinco navios e 12 aviões brasileiros, além de duas aeronaves e uma fragata francesas.

Os corpos e os objetos recuperados até agora em alto-mar serão transferidos ao Recife, onde funciona um dos dois postos de comando instalados pelas autoridades para os resgates.

Embora se esperasse que os primeiros cadáveres chegassem a terra firme ainda hoje, Munhoz Wender informou que apenas cinco o farão nesta segunda-feira a bordo da fragata “Constituição”, que navega rumo a um ponto localizado a cerca de 300 quilômetros do litoral, onde os restos serão recolhidos por um helicóptero.

Os outros quatro cadáveres recuperados pela Marinha serão enviados a Recife posteriormente, devido às dificuldades enfrentadas pela operação, que transcorre a cerca de 1.200 quilômetros da capital pernambucana.

Durante as tarefas realizadas na madrugada de hoje, outro assento foi encontrado, além de “partes das asas e da estrutura do avião, (…) máscaras de oxigênio e centenas de objetos” que presumivelmente correspondem ao Airbus, disse o tenente-coronel aviador.

As buscas continuam concentradas em torno de um raio de 220 quilômetros traçado a partir do ponto onde se acredita que o avião caiu, situado a 704 quilômetros do arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha (PE) e próximo aos penhascos desabitados de São Pedro e São Paulo (PE).

Munhoz Wender ratificou que a “prioridade” é a recuperação dos corpos, com o objetivo de dar uma resposta rápida aos familiares das vítimas, os quais em parte estão concentrados em um hotel no Rio de Janeiro.

Os responsáveis pelo resgate se negaram a falar sobre o estado em que se encontram os cadáveres após uma semana no mar e disseram que esse tipo de informação não será dada porque “não é de interesse público”.

No entanto, alguns familiares das vítimas disseram que, segundo as autoridades os informaram, “seria possível identificá-los por fotos”.

Os peritos da Polícia Federal que farão a identificação dos corpos estão desde ontem no Recife e contam com amostras genéticas dos familiares das vítimas, que foram recolhidas no Rio de Janeiro nos últimos dias.

Fontes oficiais disseram que, apesar de já haver material “suficiente” para confirmar o desastre, ainda não há nada encontrado que possa ajudar a identificar as causas do acidente, que serão investigadas pela França.

Até agora, a Air France só confirmou que o avião chegou a emitir automaticamente 24 sinais de anomalias em seus sistemas durante os quatro minutos anteriores a seu desaparecimento dos radares.

As caixas-pretas serão os elementos-chave para determinar as causas do ocorrido. Segundo as autoridades, elas podem estar no fundo do Oceano Atlântico, a cerca de quatro mil metros de profundidade.


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Número de corpos encontrados chega a 17 neste domingo

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