Depois de 20 anos no poder, a esquerda do Chile está ameaçada pela direita do país. Neste domingo (13), cerca de 9 milhões de chilenos, em nove regiões políticas do país, irão às urnas para escolher o novo presidente da República, 20 senadores e 120 deputados. Se as projeções eleitorais estiverem certas, um candidato da direita e outro da esquerda deverão polarizar os votos no segundo turno, em 17 de janeiro.

No Chile, estas são as últimas eleições de voto obrigatório. A previsão das autoridades chilenas é que ainda hoje seja anunciado o resultado oficial das eleições. Os eleitores votam em três diferentes cédulas de papel.
 
A surpresa política destas eleições é que a presidente Michelle Bachelet, mesmo com 80% de popularidade, pode não fazer seu sucessor. Para analistas políticos, as explicações são o desejo pela inovação que motiva a sociedade do Chile, o desgaste causado por 20 anos da esquerda no poder e a resistência a ter novamente um presidente que já ocupou o Palácio de La Moneda – sede oficial do governo federal chileno.

A corrida presidencial no Chile envolve o candidato da oposição Miguel Sebastián Piñeira, da coligação Alianza (centro-direita); o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz (filho de Eduardo Frei Montalva, presidente nos anos 1960), da coligação Concertación (de Bachelet); o independente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e Jorge Arrate (da aliança Juntos Podemos Mais), ambos da esquerda. 

Pesquisas de opinião indicam que Piñeira lidera as intenções de voto, mas não deve obter os mais de 50% necessários para ganhar logo no primeiro turno. Em segundo lugar, aparece Frei-Ruiz muito próximo de Ominami. Anteontem (11), Arrate anunciou seu apoio a Frei-Ruiz, irritando Ominami que mantinha esperanças de ir para um eventual segundo turno.

Estas eleições no Chile são consideradas emocionantes, uma vez que nem os analistas políticos arriscam palpites para dizer quem seria o vitorioso. De acordo com a Presidência da República, cerca 500 repórteres chilenos e outros 200 estrangeiros estão credenciados para acompanhar as eleições no país. São cerca de 160 veículos entre nacionais e internacionais.


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Nove milhões de chilenos escolherão hoje novo presidente, deputados e senadores

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