É comum no comércio exterior internacional as disputas entre países sobre barreiras econômicas. Essas ações acontecem quando os produtos de uma nação são muito mais baratos do que os similares produzidos no exterior. Com isso, para proteger seu mercado, muitos países optam por criar entraves para e entrada destas mercadorias.
O setor exportador brasileiro pode enfrentar uma nova onda de barreiras. Isso porque nos Estados Unidos e na União Europeia estão sugerindo leis que podem prejudicar empresas do Brasil. A intenção é criar três grupos de barreiras: ambientais, trabalhistas e de segurança. O assunto é discutido pelos deputados americanos e europeus.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) entende que 15,4% das exportações do país para os Estados Unidos, o que equivale a US$ 5 bilhões, estariam na mira da nova legislação americana de mudanças climáticas. Com isso, seriam afetados produtos como aço, celulose, papel e alumínio.
Uma das principais questões é que os EUA estariam dispostos a ceder em questões climáticas, mas para isso exigiriam algumas compensações para que as empresas locais não ficassem em desvantagem. Para isso, o Congresso americano deve aprovar uma lei que obriga as empresas exportadoras a comprar licença para a emissão de carbono. Para a Fiesp, essa medida joga a responsabilidade ambiental para os países em desenvolvimento.
A já chamada “taxa de carbono” também estaria em estudo na União Europeia para o caso dos países emergentes não se disporem a assumir compromissos equiparáveis aos riscos de redução de emissões. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), essas novas tarifas distorcem as negociações climáticas ao equiparar países ricos e em desenvolvimento.
Com o forte desemprego nos EUA, ainda por conta da crise, surgem medidas para proteger a indústria local. Uma das ideias é proibir as compras de produtos que sejam feitos com trabalho escravo e infantil. Neste caso, produtos como algodão, calçados e tabaco seriam impedidos de entrar nos EUA.