A tragédia do estádio de Heysel, na Bélgica, onde 39 torcedores morreram esmagados durante um tumulto envolvendo torcedores do Liverpool e do Juventus na final da Copa da Europa (atual Liga dos Campeões) de 1985, completa seu 25º aniversário neste sábado.
Uma cerimônia no estádio, atualmente denominado “Rei Balduíno”, homenageou as vítimas da tragédia com a presença de sobreviventes do desastre, representantes de torcidas organizadas da equipe italiana, das autoridades belgas e do presidente da Federação Belga de Futebol, François De Keersmaecker.
“Nunca mais um drama, como Heysel”, disse o Conselheiro de Esportes de Bruxelas, Bertin Mampaka, em um breve discurso na cerimônia. Na ocasião, foram depositadas várias coroas de flores ao pé do monumento da tragédia, no estádio.
Um dos sobreviventes, Paolo Bruno, chorou enquanto lia os nomes dos falecidos. Em seguida, manifestou aos jornalistas seu desejo de que este desastre “não ocorra mais em um estádio de futebol”.
Naquela final da Copa da Europa, o assédio dos torcedores do Liverpool a uma arquibancada cheia de torcedores da Juventus provocou uma grande correria entre eles, levando à morte 32 torcedores italianos – entre eles uma criança de 10 anos – e outros sete de nacionalidades diferentes por asfixia ou esmagamento. Outras 600 pessoas ficaram feridas.
O jogo, no entanto, não foi interrompido por decisão da Uefa e das autoridades belgas, que temiam que a violência entre as torcidas se agravasse caso a final fosse suspensa. A final terminou com vitória da Juventus por 1 a 0.
O número insuficiente de policiais, a má inspeção da Uefa e a falta de controle na revenda de ingressos foram alguns dos erros que propiciaram a tragédia da final de 1985.
No ano anterior, a final da Copa da Europa disputada entre Roma e Liverpool na capital italiana também contribuiu para exaltar os ânimos em Heysel, uma vez que a torcida inglesa já havia enfrentado os italianos no final da partida.
Por conta dessa tragédia, a Uefa e a Fifa excluíram as equipes inglesas das competições internacionais durante cinco anos, com exceção do Liverpool, que ficou seis. Além disso, 14 torcedores do time inglês que participaram do evento foram condenados a três anos de prisão.
Quase quatro anos depois do drama, em abril de 1989, outro incidente semelhante ao de Heysel aconteceu, mais uma vez envolvendo a torcida do Liverpool. Desta vez, o escândalo foi promovido na semifinal da Copa Inglesa contra o Tottenham, no estádio de Hillsborough, onde as avalanches humanas mataram 96 pessoas.
As duas tragédias comoveram o mundo futebolístico e puseram em xeque a segurança dos estádios.
