Apresentador, estúdio preparado, luzes e câmeras a postos, convidados, plateia. Tudo pronto para o programa televisivo. Mesmo? Cadê a sucessão sonora, também conhecida como a boa e velha música, para animar o auditório e garantir a atenção do telespectador? Pois é, são as bandas de apoio, em grande parte dos programas, que exercem essa função tão importante. A Webradiofm conversou com Derico, saxofonista do Sexteto do Jô e Dino Scarpelli, baterista da banda Viva Noite, do Pânico na TV, sobre como os músicos desempenham seu papéis nos programas.

Formada em 2003, a Viva Noite já era conhecida pelas baladas paulistanas por ser um grupo, na época, especializado no resgate dos anos 1980, que tanto estava na moda. Os caras foram convidados pelos humoristas do Pânico para uma participação no programa junto ao cantor oitentista Naim, e por lá permaneceram, ocupando o cargo de banda de apoio até hoje. Sobre a grande diferença técnica sentida entre o estúdio de TV e os palcos dos shows, Dino explica: “Por haver uma diferença de som, a pegada deve ser outra. Tocamos mais baixo.” E os riscos de saias justas em programa ao vivo? “Sempre tem! Por isso, nos preocupamos em ter cartas na manga!”, entrega o músico.

A questão do repertório também é bastante discutida. “Temos liberdade para escolher o que vamos tocar. Mas optamos por coisas mais populares, que rolam com frequência nas rádios e que a galera conhece”, afirma o baterista da Viva Noite. No caso do Sexteto do Jô – conjunto criado em 1988, mas que possui a formação de hoje desde a metade dos anos 1990-, seguindo o estilo jazzístico, o que será apresentado nas gravações é decidido anualmente. “Às vezes tocamos algumas coisas mais voltadas pro rock, com metais mais pesados”, conta Derico. De acordo com ele, há uma parceria entre o grupo e a produção do programa na escolha do estilo das músicas a serem executadas.

Para o saxofonista, uma das grandes diferenças de um show exclusivo do Sexteto em relação ao Programa do Jô é que, na atração global, não há pretensão de ser a estrela principal da noite, mas sim de dar suporte como um todo. “As pessoas vêm ver o Jô e os entrevistados”, diz. “Não podemos, por exemplo, fazer um momento para cada músico da banda, com solos de seus instrumentos, como fazemos nos shows”, explica. Se para Dino no universo televisivo é necessária cautela com o som, para Derico a melodia é tão importante quanto. “É preciso fazer com que o público se situe”, ensina.

MAIS DO QUE TOCAR

Quem acompanha o Programa do Jô, sabe que o Sexteto não está ali meramente para tocar. O grupo interage com o apresentador nos moldes dos talk-shows norte-americanos, possuindo, cada um, um papel específico. Derico, além das piadas, realiza grande parte das paródias do programa – que abordam, em sua maioria, as questões políticas em pauta no País. Confira abaixo o simpático saxofonista trajado de Carmen Miranda e cantando uma versão criada para a clássica Taí.


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