Se existe uma coisa que não dá para reclamar é da quantidade absurda de vídeos reunidos no site Youtube, referência mundial na hora de procurar clipes de músicas, trailers, montagens hilárias e vídeos de todos os tipos para todos os gostos. No site, é possível encontrar desde músicas raríssimas de discos pouco conhecidos até os videoclipes mais recentes de artistas como Britney Spears e Justin Timberlake.
Algumas pessoas, entretanto, vão além de se divertir procurando vídeos inusitados e começam a compilar diversos sons e bases musicais para criar as próprias composições. Em suma, fazem música com o youtube.
Um desses artistas é o israelense Kutiman, autor do projeto Thru You. A idéia é simples o produtor e DJ reuniu diversos vídeos do Youtube e remixou todos para criar novas músicas. A sincronia das sete faixas disponibilizadas no site é incrível, e o som, além de ter boa qualidade, mistura com eficiência ritmos como rap, dub, jazz e pop. Além do som, as imagens também são perfeitamente sincronizadas, e dispostas em uma ordem muito criativa. O músico pega vídeos aleatórios no youtube, mas não se apropria do trabalho de ninguém os vídeos trazem no final os créditos de todos os usuários e as urls dos vídeos para quem quiser conferir as versões originais no Youtube.
Aqui no Brasil também tem gente utilizando o vasto material oferecido pelo Youtube para criar música autoral. O pesquisador de black music Fernando Savaglia, autor do projeto Music for Youtube A Low Tech Experience, é outro músico que se encantou com a quantidade de sons que estavam disponíveis nos vídeos do Youtube. Quando apareceu o site, eu percbei que tudo ali dava pra fazer alguma montagem. Eu pego sons, ruídos, trechos de músicas e até pedaços de entrevistas para fazer som, conta Savaglia.
Para criar seu projeto, entretanto, Savaglia foi além da remixagem de sons do Youtube. O músico resolveu sair do laptop e ir também para as pistas. Eu, juntamente com a VJ Bete Rum e o Ricardo Moreno, que também fazem parte do projeto, tocamos essas composições em algumas casas experimentais e remixamos de novo ao vivo mesmo. Além disso, a gente vai projetando imagens junto com a música.
Ao vivo, o projeto conta com baixo, guitarra, bateria e a ajuda de dois laptops. Mas o nome da iniciativa não é low tech? Esse low tech vem por que o que importante é misturar, é fazer um som interessante e rico, mas não obrigatoriamente utilizar tecnologia de ponta. O som não precisa ser 100% em questão de qualidade, conta Savaglia, que tem planos ambiciosos para o futuro do projeto.
Algo que queremos muito fazer é combinar com um artista gringo, por exemplo, e fazer ele cantar ao vivo para a gente durante um show nosso. Nós colocaríamos o cara cantando por uma webcam, e faríamos o som na hora e no improviso. Vai ficar show, afirma Savaglia, confiante.
Conheça mais:
http://thru-you.com/