É comum em tempos de crise que empresas cortem seus custos de produção fechando fábricas em países mais desenvolvidos para abrir atividades nas nações emergentes. É uma forma de cortar custos e também de buscar uma demanda de mercado interno maior.

Esse tipo de movimento, no qual até mesmo unidades inteiras são transferidas para outros países pode beneficiar o Brasil. De acordo com um levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cerca de 50 multinacionais pediram ao governo autorização para trazer suas máquinas para o país. As informações são da edição desta segunda-feira (28) do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo levantamento realizado, os pedidos de importação vieram de empresas de diversos setores, como alimentos, têxtil, químico, móveis e mineração. As empresas têm origem variada: Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido. Mas, o grande destaque mesmo veio do setor de autopeças, segmento que tem apresentado no mercado brasileiro um desempenho melhor do que do resto do mundo.

Além da busca por um mercado emergente com forte demanda interna, uma boa parte das importações dessas máquinas se deve à onda de quebra de indústrias por todo o mundo. Como o setor está em recuperação no Brasil, as empresas aproveitam a situação para a compra de máquinas e equipamentos das fábricas fechadas.

Um exemplo deste caso é a brasileira Coteminas, que comprou a americana Springs e fechou nove fábricas nos EUA. Os equipamentos destas unidades foram transferidos para fábricas do grupo pelo Brasil.

Já entre as empresas que transferiram produção para o Brasil estão gigantes como a Nestlé e a Motorola. A fabricante de telefones celulares fechou uma unidade no México para produzir em sua fábrica de Jaguariúna (SP) equipamentos para banda larga sem fio.

No caso da Nestlé, a companhia suíça trouxe do México uma linha completa para fabricação e envase de água mineral. Os equipamentos chegaram ao Brasil em julho e já estão em operação. Com a ajuda das novas máquinas, a multinacional lançou no país a marca de água Nestlé Pureza Vital – a mais vendida do mundo.

Apesar de parecer positiva, a importação de máquinas usadas gera uma polêmica. Uma das queixas é que a importação de máquinas usadas pode desestimular o setor de bens de capital. Essas autorizações dadas pelo governo federal já geraram reclamações dos fabricantes de máquinas junto ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.


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Multinacionais transferem fábricas para o Brasil

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