O presidente da Bolívia, Evo Morales,
alertou hoje que, caso algo aconteça a ele ou ao vice-presidente do
país, Álvaro García Linera, será culpa da embaixada dos Estados
Unidos e da “direita fascista” de seu país.
“Possivelmente tenho os dias contados. Que o povo boliviano saiba
que se algo acontecer com Evo, com Álvaro, com os ministros, será
obra da direita fascista que está se organizando com apoio da
embaixada dos EUA”, disse Morales.
O presidente boliviano deu estas declarações ao canal estatal de
televisão desde o Palácio de Governo, onde completa seu quarto dia
de greve de fome para pressionar os opositores a aprovarem uma lei
que garanta a realização de eleições gerais em dezembro.
Morales disse que, primeiro, a oposição tentou “desgastar” sua
administração, depois quis derrubá-lo com um golpe de Estado civil e
agora, segundo ele, pretende acabar com sua vida.
O chefe de Estado acusou várias vezes os EUA e os grupos
opositores bolivianos de tentar matá-lo em meio às diversas crises
vividas pelo país, apesar de o Governo não apresentar provas
relativas a isso.
Durante a entrevista, Morales conversou por telefone com seu
colega da Venezuela, Hugo Chávez, o qual o encorajou a seguir
adiante com sua luta política.
O presidente boliviano aproveitou para se referir às tentativas
que a oligarquia de seu país estaria fazendo para derrubá-lo e
comparou esta situação com a vivida na Venezuela há sete anos,
quando Chávez sofreu um golpe de Estado.