Ao participar da abertura do 1º Encontro Mudanças Climáticas Um Desafio para as Políticas Públicas, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou hoje (10) que as propostas a serem levadas para Copenhague não podem ser tratadas como jogo de pôquer.
Há uma grande diferença entre uma negociação internacional do preço do algodão e das mudanças climáticas. Há várias outras fibras no mundo, mas a questão do planeta é diferente porque não há outro planeta. Tratar disso como um jogo de pôquer não se aplica, a situação já é bastante dramática, disse.
O ministro lembrou que, há um ano e meio, o país não tinha metas voltadas para as mudanças climáticas e era alvo de críticas internacionais. Para ele, houve uma mexida importante e todos os setores da sociedade têm contribuído inclusive o Parlamento brasileiro.
Minc ressaltou que países como Índia e China têm dificuldade de reduzir a emissão de gases na proporção que consta na proposta a ser apresentada pelo Brasil em Copenhague da ordem de 40%. Mas eles, de forma alguma, se opõem ou se consideram agredidos pelo fato de o Brasil ir mais adiante, afirmou.
Ele cobrou que a proposta de recursos dos países desenvolvidos para o Fundo Global precisa ser mais substantiva” do que os 100 bilhões de euros anuais levantados pela União Europeia. Para o ministro, o montante deve chegar a US$ 350 bilhões por ano.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, elogiou o fato de as mudanças climáticas não serem mais assunto de uma minoria. A humanidade, segundo ele, passou a perceber os efeitos danosos da vida moderna e o tema adquire proporções dramáticas, uma vez que os problemas criados não podem ser resolvidos de uma hora para outra.
A solução exige grande investimentos, sacrifícios. Estamos na véspera de uma conferência que deverá ser, ou deveria ser, um marco no caminho que a humanidade vem seguindo. O Brasil precisa estar preparado, com propostas ousadas e bastante estudadas.