O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (17), após reunião com os governadores dos nove estados da Amazônia Legal, que os países ricos devem financiar a redução do desmatamento brasileiro.
A posição brasileira é que os países desenvolvidos têm que fazer um dever de casa muito alto, porque eles são os responsáveis [pelos problemas ambientais que levaram ao aquecimento global]. Além de reduzirem, eles têm que financiar os países em desenvolvimento para preservar e reduzir as emissões, afirmou Minc.
Segundo ele, houve consenso, durante a reunião, de que os estados do Norte precisam receber recursos para manter a floresta em pé. Minc afirmou também que o Brasil vai propor a criação de um mecanismo de mercado para financiar um adicional de redução de carbono para os países ricos.
A Europa, por exemplo, diz que vai reduzir em 30% suas emissões. Nós achamos que deveria ser em 40%. Então esse fundo de mercado iria financiar essa diferença de 30% para 40%, explicou o ministro, sem dar mais detalhes sobre como funcionará o financiamento.
O governador do Amapá, Waldez Góes, também falou no financiamento para os estados da Amazônia. Nós preservamos 97% [da área de floresta no estado] e não recebemos um centavo para isso, afirmou. Ainda segundo ele, os países ricos precisam diminuir suas emissões e acabar com essa história de que a Amazônia é a vilã.
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, também reclamou. Segundo ele, com o atual comportamento dos países desenvolvidos não compensa reduzir o desmatamento. Para que preservar se os países ricos não ajudam? Eles são os mais industrializados, os que mais emitem, questionou o governador.
O ministro Carlos Minc disse que a delegação brasileira vai falar grosso na Conferência sobre Mudanças Climáticas que acontecerá em dezembro em Copenhague, na Dinamarca.