A comissão do presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, rejeitou “categoricamente” o ultimato dado pela delegação do deposto governante, Manuel Zelaya, e disse que responderá nesta sexta-feira (23) sua proposta de pedir sua restituição ao Parlamento.
“Rejeitamos categoricamente o ultimato da meia-noite (4h da manhã de sexta-feira de Brasília) para responder à proposta e expressamos que nossa resposta ou contraproposta será apresentada amanhã às 10 da manhã (12h de Brasília) que retornemos ao diálogo”, ressalta a comissão de Micheletti em declaração.
“A contraproposta apresentada esta tarde representa um passo atrás à 7 de julho, quando se iniciou a mediação em San José da Costa Rica”, comandadas pelo presidente local país, Óscar Arias, acrescenta a declaração, ao rejeitar o documento apresentado hoje pela comissão de Zelaya.
Segundo a representação de Micheletti, “a equipe do senhor Zelaya Rosales parece querer adiar o fim da crise”.
“Só eles saberão que interesse buscam proteger, mas não parecem ser os do povo hondurenho”, acrescenta a nota de resposta oferecida pela comissão de Micheletti, lida pela sua porta-voz, Vilma Morales.
“A agenda do diálogo se baseia em trabalhar com base no Acordo de San José e em conseguir um pacto social para melhorar o bem-estar de nosso povo. O que hoje apresentam se afasta de isso”, indica a delegação de Micheletti.
Esta comissão assegura que amanhã vai recorrer ao diálogo “como sempre convencidos que seu conteúdo avançará no processo”.
Também pediu à comissão de Zelaya que “ponha de lado os jogos políticos a favor de uma resolução pronta da situação política do país”.
A delegação de Zelaya apresentou uma proposta consistente em que o Congresso Nacional decida sobre sua restituição, advertindo que “é a última” e que dará o diálogo “por concluído” se a comissão de Micheletti não respondia antes da meia-noite local (4h da manhã de sexta-feira de Brasília).
Uma integrante da delegação de Zelaya, Mayra Mejía, reafirmou o ultimato em declarações aos jornalistas, mas disse que se os representantes de Micheletti decidissem assinar o acordo na sexta-feira não poderiam dizer que não.
“Se vêm amanhã às 10h dizer que vamos assinar o Acordo de San José (proposto por Arias), então não podemos dizer que não”, disse.