O governante no poder em Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta terça-feira (22) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que respeitará a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está o deposto líder hondurenho, Manuel Zelaya, que voltou na segunda-feira a seu país.
“Digo publicamente ao presidente Lula da Silva: vamos respeitar sua sede, porque essa é terra do Brasil e vamos respeitar, se eles responderem a nossos pedidos”, disse Micheletti, em declarações à imprensa na Casa Presidencial.
Reiterou, sobre essa solicitação, que “esse senhor Zelaya tem processos em Honduras e o conveniente seria dar asilo em seu país (o Brasil) ou entregá-lo às autoridades”.
Diante de uma pergunta sobre se fará algo imediatamente em relação à embaixada brasileira, respondeu: “não, nada, temos muita reflexão sobre o tema”.
Micheletti também qualificou de “correto” que Lula tenha pedido a Zelaya que não dê argumentos para que a embaixada seja invadida pelas forças de segurança hondurenhas para detê-lo, depois de dispersar hoje simpatizantes do líder deposto dos arredores do edifício.
“É o correto, que (Lula) tenha feito a chamada” a Zelaya, porque “está asilado em uma de suas embaixadas e é certo que não continue provocando mais a população nem siga incitando a violência da casa de um país irmão”, disse.
Lula disse nesta terça, em Nova York, que pediu a Zelaya que fique tranquilo e não dê argumentos às autoridades golpistas para incorrer em uma violação da sede diplomática brasileira em Tegucigalpa.
O presidente brasileiro informou aos jornalistas que falou por telefone com Zelaya, a quem garantiu proteção dentro da embaixada do Brasil.
O vice-ministro de Segurança hondurenho, Mario Perdomo, reiterou à imprensa que continuam em vigor as ordens de captura contra Zelaya, sob acusações de vários crimes políticos e comuns.