Memê pode ter ficado conhecido do grande público com o hit Sun is Coming Out, que está tocando sem parar nas rádios de todo Brasil, mas sua carreira de DJ e produtor começou bem antes: em seus mais de vinte anos de carreira dedicados à dance music, ele já remixou músicas de Mariah Carey, Shakira, Rick Martin, Pet Shop Boys, New Order e até Rouge, Jorge Vercilo, Biquíni Cavadão e Xuxa, além de ter produzido três dos discos mais bem-sucedidos da carreira de Lulu Santos: Assim Caminha a Humanidade (1992), Eu e Memê, Memê e Eu (1995) e Bugalu (2003).
O processo é simples: os artistas vêm até mim, encomendam um remix e eu escolho aqueles com os quais me identifico, afirma o DJ. Mas como ele faz para conciliar trabalhos com músicos de estilos tão diferentes quanto New Order e Xuxa, por exemplo? Não tem nada a ver, não faz diferença. Dá para remixar qualquer coisa que seja legal.
Sobre sua carreira, Memê não hesita na hora de definir o que toca. House. Ponto. Sem variações, é house. Acabou. Para ele, a profissão foi tão popularizada que hoje qualquer um acha que pode discotecar com iPod, em suas palavras. DJ é aquele que toca na noite, e não o que fica lá no laptop, opina ele, sem hesitar.
A mídia faz muito essa confusão. O Gui Boratto, por exemplo, não é DJ. Ele é um compositor, que faz um trabalho autoral, afirma Memê, que acha que é picaretagem alguém se definir como disk-jóquei se não toca nas pistas. O cara pega o laptop, faz as músicas dele e lança um álbum. Isso não é ser DJ!, reclama.
Atualmente, Memê está fazendo remixes para os brasileiros do Jota Quest e para os americanos Jay J e Marc Evans. E discotecando no Rio de Janeiro, claro, diz ele, que não pretende arrumar espaço em sua agenda – lotada de performances no Exterior, onde vem ganhando status na cena europeia de música eletrônica – para tocar em São Paulo, onde se encontra nesta quarta-feira (17). Você conhece o Rio de Janeiro? Tem como não amar?, pergunta ele. “Lá não tem trânsito, aliás!”, finaliza.