A senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou hoje (29) que não se deve dar de bandeja a ideia de que a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), marcada para dezembro, em Copenhague, será um fracasso, pois cada envolvido deve investir ao máximo para que o resultado seja um sucesso.
A ex-ministra do Meio Ambiente atribuiu essa expectativa negativa ao fato de, até agora, o processo preparatório não ter avançado, mas disse esperar dos líderes políticos uma atitude que permita sair de Copenhague com uma arquitetura que viabilize a contribuição dos países desenvolvidos para que se alcance a meta de 2050 e dos países em desenvolvimento, na medida exata da da sua contribuição, que é mais da metade das emissões de CO2.
Se os desenvolvidos fizerem a sua parte, e nós não, não vamos fechar a conta, afirmou a senadora, após participar do lançamento do novo produto da Serasa Experian, o sistema Conformidade Ambiental, um instrumento à disposição do mercado para apoiar o desenvolvimento sustentável.
Sobre a indicação da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, para chefiar a comitiva brasileira em Copenhague, Marina disse que o importante é levar à conferência propostas de qualidade. A pessoa que vai liderar esse processo é escolha do presidente, mas o importante são as propostas. Que o Brasil possa ir para Copenhague comprometido com metas, não só para o desmatamento, mas também para energia, agricultura e indústria. É possível termos esse compromisso.
Ela disse que as propostas que serão apresentadas na conferência ainda estão em discussão, mas ressaltou que o Brasil pode dar uma contribuição efetiva de cerca de 20% a 40% na redução das emissões de CO2. Essa é a proposta que vem sendo estudada no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. Conta com alguma resistência de alguns setores, mas o corte que será feito poderá possibilitar uma contribuição não só pelo desmatamento.
A senadora falou também sobre a reforma tributária, reforçando a necessidade de se pensar urgentemente em meios para incentivar as tecnologias limpas, as práticas sustentáveis. Há um custo para a mudança do modelo de desenvolvimento, e isso não acontecerá, se não tivermos os mecanismos para isso, afirmou Marina. Segundo ela, é preciso sair das ações pontuais e ter uma ação integrada que vise à globalidade dos investimentos que precisam ser feitos.