O Strike lançou recentemente o seu segundo disco, o aguardado Hiperativo. Com uma boa repercussão entre os fãs, o álbum teve a difícil missão de superar a estreia do grupo, Desvio de Conduta, lançado em 2007. O debute foi responsável pelo sucesso do grupo e por conquistar fãs pelo Brasil inteiro.
Formado atualmente por Marcelo “Stryke” Mancini (vocal), Rodrigo Maciel Pimentel Barbosa e André Maini (guitarra), Fabio Perez Barroso (baixo), Carlos Eduardo Costa e Silva “Cadu” (bateria), e agora com Negro Rico (DJ), o grupo de Juiz Fora, Minas Gerais, está na melhor fase de sua carreira.
O Strike agora faz parte da gravadora Deckdisc/Arsenal Music e é apadrinhado pelo midas do pop rock nacional, Rick Bonadio. Para contar essa nova fase da banda, entrevistamos o vocalista Marcelo por telefone, que mostrou ser um cara muito tranquilo e humilde. O cantor também fez questão de contar o outro lado da história envolvendo o caso do “refrigerante de mijo” feito pelo baterista Cadu.
Confira a entrevista na íntegra logo abaixo:
A nova canção A Tendência critica bandas que só escrevem pelo sucesso. Como fica isso em relação ao Strike, já que vocês fazem parte de uma gravadora grande agora?
Marcelo – Na verdade essa é uma música bem humorada. Ela tira um sarro da banda e da galera que está na estrada com a gente, além de tirar um sarro da juventude. A música critica essa coisa de “busca desesperada pela fama” que existe nos dias de hoje. Quando uma banda estoura, vêm vários clones iguais a ela, e infelizmente a galera acaba consumindo e esquecendo do lado de ser coerente, de fazer um som legal. Mas a gente fez essa música para descontrair, para os fãs darem boas risadas. Apesar do teor de comédia, algumas bandas novas acabaram enxergando isso como um ataque pessoal, o que é uma besteira. Nós não pegamos só uma banda para criticar, e sim abrangemos várias sem citar exemplo.
Vocês sentiram a pressão do “segundo disco”, já que o álbum Desvio de Conduta foi um sucesso?
Marcelo – Com o Desvio de Conduta a gente fez mais de 200 shows, ganhou todos os prêmios de revelação da época, então é claro que rolou uma cobrança pessoal. Foi tenso, mas assim que as músicas foram surgindo naturalmente, acho que a cobrança acabou virando segurança. Depois a coisa acabou virando diversão, e acabamos curtindo todo o processo. A cobrança acabou mobilizando ações para fazer o CD do jeito que a gente fez, com a garra e a sonoridade que planejamos. Sentimos que no terceiro disco já estaremos mais maduro, experiente e seguro. Mas se não existir mais essa “adrenalina”, perde a graça…
Vocês já têm planos para um novo disco?
Marcelo – Nós já temos uma nova música. Na verdade ela é uma parceria minha com o Koala (Hateen), mas no fim, acabamos não colocando ela no Hiperativo por ser mais acústica. Não temos um repertório pronto, mas já temos algumas idéias bem legais que estamos tocando e pensando.
Após mudar de gravadora e ter uma visibilidade maior, o público do Strike mudou?
Marcelo – Nós temos um público bem fiel, conquistado com o primeiro CD. Com o Hiperativo, conseguimos renovar e manter uma base bem fiel de fãs. Com o disco novo, sentimos que tínhamos cumprido a missão, já que a resposta dos fãs nos shows anda sendo incrível.
O Strike é conhecido por ter uma boa performance nos palcos. A banda tem algum plano para lançar um DVD?
Marcelo – Na verdade o palco é onde o Strike se encontra de verdade. Nossos shows foram responsáveis por abrir as portas para a carreira do grupo, até mais do que as rádios e a internet. O público também sempre deu um show à parte nos nossos espetáculos. Temos um projeto de um DVD que já está bem encaminhado. Vai ser bem legal, com a presença em peso do público. Além disso, coletamos muitos materiais de outras turnês, coisas que podem até entrar de extra no DVD. Provavelmente será o próximo material que o Strike lançará…
Vocês colocaram um DJ na banda. Como foi a entrada dele no Strike?
Marcelo – Nós conhecemos o DJ Negro Rico durante a gravação do Estúdio Coca-Cola. Como nós queríamos algumas coisas diferentes no novo disco, decidimos que seria legal trazer um novo elemento para a gravação do Hiperativo. Queríamos incluir uma parte mais eletrônica, e que também tivesse o astral e a cara da banda. O Rico casou bem com o grupo, afinal é um cara animado, super-família, e que agregou muito ao som do Strike. O cara acabou trazendo uma linguagem diferente, traz um pouco da “rua” para a nossa música. O cara só veio para somar…
O que você gosta de ouvir nas horas vagas?
Marcelo – Eu gosto de ouvir muito reggae. Uma banda que eu curto muito é o Sublime. Gosto do Long Beach Dub AllStars, que é uma banda que os caras do Sublime montaram quando o vocalista Brad Nowell (1968 – 1996) morreu. Curto muito o Matisyahu, ragga, dub, coisas tipo Yellowman (Nota: músico de reggae jamaicano). Gosto muito do punk e do hardcore californiano, curto Rancid, NOFX, esse tipo de coisa.
Reza a lenda que você é um tremendo “pegador”? Procede a informação?
Marcelo – (risos) Essa afirmação não procede. Eu já tive um passado bem namorador, mas hoje estou mais sossegado. Namorei por um ano, e terminei recentemente. Estou solteiro atualmente, mas essa informação é só lenda mesmo (risos).
O Strike enfrentou uma grande polêmica por causa do baterista Cadu, que teria dado urina para uma fã do grupo beber. Explica melhor essa história.
Marcelo – Até é bom ter tocado nisso, pois agora podemos esclarecer isso de uma vez por todas. A menina que fez parte daquela cena se chama Gabriela Almeida, uma amiga nossa que é bem próxima da banda. Ela até autorizou a imagem dela fazendo aquilo porque não se sentiu ofendida com a brincadeira. Mau gosto ou não, alguns sites criticaram toda a banda pelo caso. Acho que ninguém deve julgar uma banda só por causa de um componente. A brincadeira que ele fez ali não representa a ideia da banda, e o que os dois fizeram, foi algo a parte do resto do grupo.
Uma última mensagem para finalizar?
Marcelo – Quero agradecer a todos os fãs que acompanham a banda. Quero agradecer a todos os elogios que eu recebi e pelo feedback positivo depois que a gente lançou o Hiperativo na rede. Quero agradecer a toda a correria que vocês fazem com a gente e principalmente, agradecer a todo mundo que esperou ansiosamente pela chegada do novo CD e que está curtindo ele nesse exato momento. Beijão para o pessoal do Portal Virgula, por sempre apoiar o Strike e dar espaço para a gente. Estamos juntos aí para as próximas edições (risos).