Casa cheia. Assim começou o show do músico e compositor Marcelo Camelo na noite da última terça-feira (23) no Citibank Hall em São Paulo. Longe de ser uma brincadeira entre irmãos, Supla e João Suplicy, os Brothers of Brazil, foram os responsáveis pela abertura da apresentação e surpreenderam.
Prestes ao lançamento do primeiro CD, que leva o nome artístico da dupla e apesar do pouco tempo de apresentação, os irmãos mostraram que a mistura do rock and roll (punk, classic rock) de Supla com a música brasileira (samba and bossa nova) de João tem tudo para dar certo. Além de músicas próprias, nomes como Tom Jobim, Roberto Carlos e Jorge Benjor ganharam espaço no repertório dos brothers. De Jesus Cristo a Garota de Berlim as canções fizeram o público cantar e dançar.
Distante do rótulo de que seria a nova coqueluche do indie/cultpop, Marcelo Camelo, sem rodeios entrou e mostrou a que veio. A apresentação dedicada ao seu primeiro disco solo Sou, merece méritos não só ao músico, mas ao grupo de música instrumental Hurtmold, que o acompanha, entre eles está o trompetista norte-americano Rob Mazurek.
Apesar de o álbum ser monótono e até instropectivo, ao vivo existem momentos bastante animados, com direito até a marchinha de carnaval. A platéia composta por pessoas de todas as idades, pois muitos ingressos do show estavam sendo sorteados em uma promoção de um shopping paulista, mostrou que conhecer as músicas e o trabalho de Camelo parece ser uma boa pedida para não se pensar em tédio. Aos fãs essa palavra definitivamente não existe.
Fingindo não escutar a gritaria sobre Mallu Magalhães, Mais Tarde, Menina Bordada, Janta, Tudo Passa, Téo e a Gaivota, Copacabana e outras faixas do disco ganharam vida na voz do cantor que apesar da timidez, apostou em simpatia e tentou aproximação. Aos órfãos de Los Hermanos, que acompanham Camelo na esperança de um resquício para matar as saudades, Morena e Além do que se Vê foram os presentes da noite e as canções que fecharam a apresentação com euforia e aplausos intermináveis.