A Federação de Futebol de Mali protestou oficialmente hoje à Confederação Africana (CAF) pelo jogo de ontem entre Angola e Argélia, que acabou com empate sem gols entre as duas seleções, resultado que classificou ambas para as quartas-de-final da Copa Africana de Nações.
A equipe de Mali venceu Malauí no mesmo dia por 3 a 1, e com isso empatou com os argelinos na classificação final do grupo A, com quatro pontos. No entanto, os norte-africanos levaram vantagem no confronto direto, primeiro critério de desempate.
O secretário-geral da federação de Mali, Boubacar Thiam, redigiu uma carta à CAF na qual diz que Argélia e Angola disputaram uma “não-partida”, e que as duas equipes, especialmente no segundo tempo, “rejeitaram sistematicamente o jogo para manter o empate em 0 a 0, que bastava para que elas se classificassem”.
“Essa atitude antidesportiva e contrária à ética e ao ‘fair-play’ defendidos pela Fifa e a CAF deve ser condenada com toda energia”, afirmou o dirigente.
Thiam lembrou, além disso, o precedente de 2001 no duelo entre Camarões e Egito da edição de juniores da Copa Africana, quando ambas foram punidas com perda de pontos após terem combinado o resultado.
A imprensa argelina criticou também nesta terça-feira a atitude da seleção de seu país e a dos donos da casa, embora tenha parabenizado os jogadores pela classificação.
O jornal “El Watan”, por exemplo, falou de uma “simulação de partida”, na qual ambas as seleções “rejeitaram jogar”, “caminhando atrás da bola”.
A Argélia já se viu prejudicada por um caso ocorrido durante a Copa do Mundo de 1982, quando Alemanha e Áustria supostamente acertaram uma vitória austríaca para que as duas seleções avançassem à próxima fase, eliminando os norte-africanos. Em 2007, o zagueiro alemão Hans Briegel reconheceu que houve uma armação do resultado.