Pivô do maior caso de doping do atletismo brasileiro, o treinador Jayme Netto pode até ser condenado por colocar em risco a saúde de outras pessoas, neste caso, seus atletas. Por enquanto, o caso está restrito ao terreno esportivo e só será encaminhado à autoridade competente e ao Ministério Público após ser julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Netto confessou na última quarta-feira (5) ter dado a seus atletas doses de EPO (eritropoietina), substância considerada dopante. De acordo com especialistas, a substância não melhora o desempenho dos atletas em competições, mas pode ajudar na recuperação física. Os atletas flagrados no antidoping fora de competição pertecem todos à equipe Rede Atletismo, da qual Netto é um dos treinadores. E estavam em preparação na Alemanha para participar do Mundial da modalidade, a partir de 15 de agosto.
A EPO é um medicamento controlado. Seu uso aumenta a produção de glóbulos vermelhos no sangue e pode resultar em morte. Como a substância expõe ao perigo a saúde e vida de quem a usa, o treinador teria violado o artigo 132 do Código Penal. Ele também não tem habilitação para prescrever medicamento controlado. Neste caso, pode ter de responder à lei de contravenções penais. Se for condenado em seus julgamentos, Netto pode pegar de três meses a um ano de detenção.
Método de dopagem estourou em 2003
O primeiro caso de dopagem esportiva por uso de EPO foi registrado em 2003, quando o dono do laboratório Balco, Victor Conte, revelou que o velocista britânico Dwain Chambers usava a substância para melhorar sua performance nos treinos.
(com informações da Folha de S.Paulo)
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