Inauguramos agora a seção “Macaco de Auditório”, em que você vai ler, periodicamente, relatos das pessoas da redação do Virgula que foram assistir a algum programa de TV in loco.
Nesta primeira coluna, vou falar do dia em que fui assistir à gravação de O Melhor do Brasil, da Rede Record, apresentado por Rodrigo Faro e que vai ao ar nas tardes de sábado.
Cheguei aos estúdios da Barra Funda junto com a divertida Milena Murno, assessora de imprensa da emissora. Confesso que estava muito ansiosa, já que escolhi a dedo o programa a ser assistido. O Melhor do Brasil é, de longe, um dos meus programas preferidos da TV aberta, especialmente o quadro “Vai Dar Namoro”, que foi o que eu fui ver.
Assim que cheguei, Milena me levou para conhecer um dos produtores, Eduardo, que estava orientando os rapazes do “Vai Dar Namoro” sobre como se portar, o que dizer, o que perguntar para as pretendentes etc. Não peguei a explicação, mas deve ter sido tão divertida quanto a das meninas, que eu acompanhei tintim por tintim. “Não pode mascar chiclete, não pode falar palavrão, não pode falar nome de colégio ou de empresa. Pode beijar na boca, aliás, a gente torce pra isso”, diz Eduardo, em frente as meninas, já penteadas e maquiadas pela equipe da Record. As roupas que elas usam? Eu perguntei. Metade delas, metade emprestada do figurino da Record também.
“Mas por que vocês vieram aqui pra arranjar namorado, meninas?”, eu perguntei. A resposta é uníssona: “Porque na balada ninguém quer namorar”, falavam e riam, comendo uvas e outras frutas deixadas no camarim pela produção. Faltava pouco tempo para entrar para o ensaio, e a ansiedade tomava conta do lugar. Saí e fui ver como estavam os meninos.
No camarim masculino, os meninos, vestidos com camiseta, jeans e, em sua maioria, uma corrente larga de prata grossa no pescoço, se maquiavam. Fiz a mesma pergunta para eles: por que estavam ali? “Porque é divertido, é televisão”, disseram os meninos. Me satisfiz com a sinceridade, e me preparei para ver o ensaio das meninas no palco. Era coisa simples: subir e descer a escadinha cenográfica que, por ser cenográfica, tinha degraus bem mais estreitos do que a escada comum. Por isso o ensaio: com salto alto, o perigo de cair era grande. Mas elas se deram bem.
O produtor nos coloca (eu e Milena) na arquibancada da plateia, e quando percebo Rodrigo Faro já entrou no palco. Sorridente mas muito discreto, conversa com a equipe, recebe últimos retoques de maquiagem e, 1,2,3, começa a gravar. E assim, vai, grava direto, sem parar – para, no máximo, 3 vezes em 90 minutos de programa. É incrível a facilidade e a intimidade que Faro tem com a câmera. Bom, sou fã mesmo, sou parcial à beça, mas ele é muito muito bom no que faz. Deixa todo mundo à vontade (com a ajuda dos excelentes animadores de plateia, que puxam os coros “só veio arrumar o cabelo”, “vai de busão”, “tá sem ideia”), incentiva os meninos a se soltarem, a falarem mais de si.
Depois do bailinho, promete: toda vez que um casal der um beijão, ele vai imitar Elvis Presley. Olha, torci muito. Se tinha uma coisa nesse mundo que eu queria ver era Rodrigo Faro, de calça branca, dançando e dublando Elvis. Minha torcida fez efeito: um casal se beijou. E Rodrigo botou a peruca de Elvis e dublou e dançou perfeitamente. Ator, né. Ator bom.
Quando acabou o programa, desci da arquibancada e ele estava rindo muito, dizendo “vocês estão criando um monstro”. Ele se referia ao fato de que as pessoas inventaram essa história de ele imitar ídolos do pop, e todo mundo espera por isso agora, todo fim de semana. Já imitou Michael Jackson, já imitou Elvis, já imitou Menudo… pensando nisso, dá uma risada nervosa e complementa “não sei mais quem vou ter que imitar, cara”. Mas eu sei: Village People e Sidney Magal. Segredo, tá?
Passou rápido, muito rápido, queria mais. Mas isso é bom: é isso que me faz assistir ao mesmo programa absolutamente todo sábado.