“O Brasil não aceita ultimato de um Governo golpista”, disse neste domingo, em Porlamar (Venezuela), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em resposta ao prazo dado pelo Governo de Roberto Micheletti para definir o status de Manuel Zelaya, que está na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Em entrevista coletiva durante a 2ª Cúpula América do Sul-África (ASA), Lula disse que o deposto líder hondurenho é o presidente legítimo de Honduras e que seu status é hóspede da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
O Itamaraty já havia divulgado nota hoje em que não reconhecia o comunicado no qual o governo golpista de Honduras dá um prazo de dez dias para que o Brasil defina o status do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na Embaixada do Brasil. O Itamaraty informou que não dará qualquer resposta ao presidente interino Roberto Micheletti.
De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o Brasil não tem a obrigação de se manifestar em relação ao comunicado porque não reconhece o governo de Micheletti como legítimo. O Itamaraty reafirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou Zelaya a permanecer na embaixada brasileira em Tegucigalpa o tempo necessário para restabelecer a ordem.
No comunicado, o Ministério de Assuntos Exteriores hondurenho, prometeu adotar medidas adicionais caso o Brasil não defina a condição de Zelaya na embaixada, mas não mencionou que ações seriam essas.
Deposto por um golpe em 21 de junho, Zelaya foi expulso do país pelo comando militar. Depois de três meses fora de Honduras, ele retornou na na última segunda-feira (21) sem o conhecimento do governo golpista e pediu abrigo na Embaixada do Brasil. Desde então, o prédio está cercado por militares que proíbem até o acesso de brasileiros.