O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na tarde de hoje (30), em São Paulo, esperar que a crise no Senado seja resolvida rapidamente para acabar com a paralisia do Legislativo. Em entrevista concedida ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet, na qual demonstrou irritação ao falar sobre o assunto, Lula negou que já tenha agendado uma reunião com o presidente do Senado, José Sarney, para discutir sua situação à frente da Casa.
Não há nenhum pedido de conversa com o presidente Sarney. O presidente Sarney e o presidente da Câmara, ao pedirem uma conversa comigo, terão a conversa comigo porque é de boa política o presidente da República atender ao presidente dos Poderes, afirmou Lula.
Lula disse que a crise no Senado deve ser resolvida rapidamente, assim que os senadores voltarem do recesso parlamentar, para não atrasar a votação de projetos do governo.
Tem medidas que nós mandamos para poder combater a crise econômica que ainda estão para serem votadas. E nós não podemos perder tempo. Temos que votar essas coisas. Espero que os senadores se acertem e que façam o debate político que precisa ser feito e a votar as coisas que precisam ser votadas, disse o presidente.
Todo mundo sabe que a paralisia do Legislativo pode criar problemas para o país. Projetos importantes podem ser retardados. Tudo o que eu espero é que o Congresso agora, com cabeça fria, após dez dias de férias para todo mundo, volte e se reúna, como homens adultos que são, todos com mais de 35 anos de idade, e decida normalizar a atuação do Senado, afirmou Lula.
O presidente ressaltou que essa crise no Senado não é problema da presidência e que não votou em Sarney e em nenhum outro senador, que não seja de São Paulo, para ocupar uma vaga na casa.
Eu votei nos senadores de São Paulo. Então, quem tem que decidir se o presidente Sarney continua presidente do Senado é o Senado. Somente o Senado, que o elegeu, é que pode dizer se ele pode ficar ou não, ressaltou o presidente.
Diante da insistência de jornalistas sobre o assunto, Lula disse também que não poderia comentar sobre a notícia de que a maioria da bancada do PT está pensando em pedir o afastamento de Sarney da presidência da Casa. Ele lembrou que não participa de uma reunião do partido há três anos e que a pergunta deveria ser destinada ao presidente do partido, Ricardo Berzoini.