Pouco antes de deixar a Venezuela de volta para o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o acordo proposto para pôr fim à crise política em Honduras. Lula ressaltou que o Brasil fez bem em hospedar o presidente deposto Manuel Zelaya em sua embaixada, em Tegucigalpa.
“Eu dizia que ele era nosso hóspede, estava em nossa casa e ninguém iria tirá-lo de lá. O Brasil fez bem em tomar essa posição e no fim prevaleceu a verdade. O Brasil fez o que qualquer país no mundo faria”, disse Lula ao deixar a região de El Tigre, a 450 quilômetros de Caracas, onde, junto com o presidente Hugo Chávez participou de primeira colheita de soja em território venezuelano.
O presidente brasileiro afirmou ainda que a “lição” que fica do episódio é que “ninguém aceita mais um golpe militar”. Lula disse ainda que a expectativa agora é de que o acordo seja cumprido.
“Houve uma acordo e espero que seja cumprido. O Micheletti [Roberto Micheletti, chefe do governo golpista] descobriu que não é possível governar contra a vontade da maioria. Quando se tem a maioria já é difícil, agora quando está tudo contra é muito mais difícil”, disse.
De acordo com Lula, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou ontem (29) com presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya, que manifestou sua satisfação com o acordo.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também comentou o acordo e disse esperar que o presidente do Estados Unidos, Barack Obama, pressione para que o acordo seja realmente cumprido. Chávez falou ainda que Zelaya conversou com o vice-chanceler venezuelano Francisco Arias a quem disse acreditar que tudo estará resolvido em no máximo 48 horas.