São Paulo, melhor turnê da história, postou Lily Allen no Twitter uma hora após ter encerrado seu show em São Paulo, feito na noite de quarta-feira (16). Certamente, grande parte de seu entusiasmo deve-se à participação intensa dos fãs, que encheram mas, diga-se de passagem, não lotaram a casa noturna Via Funchal, local da apresentação, e mostraram muita animação: cantaram músicas inteiras, bateram palmas e gritaram a cada frase dita ao microfone.
Em cima do palco, a inglesa correspondeu ao carinho da plateia. Ao longo de toda a sua performance, que durou pouco mais de uma hora, ela exibiu carisma, vocal afinado e uma postura bastante profissional, o oposto do show que fez aqui há dois anos no festival Planeta Terra, quando estava pra lá de Bagdá e cantou tudo errado.
Acompanhada por uma banda muito competente, com guitarra, bateria, baixo e teclados/samplers, Lily iniciou a performance poucos minutos após as 22h, horário marcado. Na primeira música, Everyones At It, a maioria do público já mostrou que era fã de verdade: pouca gente ficou apenas tirando fotos ou falando ao celular, o que hoje é tão chato quanto comum em eventos públicos.
Talvez ela tenha percebido isso, pois se animou cada vez mais no decorrer das músicas. Tanto que, após cantar o cover de Oh My God, do Kaiser Chiefs, a inglesa prometeu à platéia compensar por seu desastroso show anterior na capital paulista. Eu estava muito bêbada aquele dia, garantiu ela, dando risada. Não diga!
Bebendo um líquido desconhecido e fumando um cigarro que não emitia fumaça, quase em conformidade com a lei antifumo paulista, a inglesa cumpriu bem a tarefa de manter o pique do público lá em cima, cantando quase todas as músicas mais conhecidas de seus dois CDs: entre outras, I Could Say, Never Gonna Happen, Chinese, 22, LDN, e, claro, Smile. Enquanto cantava (e bem, viu?), ela andou sem parar em todo o palco, rebolou, ameaçou tirar a blusa, enrolou-se em um pano verde-amarelo e elogiou várias vezes o público a certa altura, disse Youre fucking brilliant, the best ones.
Em um show onde tudo andou direitinho, a surpresa ficou para abertura do bis, com Womanizer, de Britney Spears, já cantada por ela em outras ocasiões. Apesar de ser um hit mundial, a música não animou tanto quanto as próximas, que foram The Fear e Fuck You, esta “dedicada” ao ex-presidente americano George W. Bush.
O show foi encerrado de fato com Not Fair, cantada na versão original e, em seguida, em um arranjo ruim estilo house music de academia. O fim poderia ser melhor, mas, quando as luzes do Via Funchal foram acesas, deu para ver bem o sorriso de satisfação no rosto dos fãs, mostrando que Lily Allen realmente cumpriu o que havia prometido: fazer um ótimo espetáculo de música pop.