Depois de sucessivas quedas de energia em diversos bairros do Rio, a direção da Light admitiu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que não estava preparada para o verão e foi surpreendida pela onda de calor dos últimos dias. A informação foi dada pelo diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner.

Com base em relatório que recebeu na quinta-feira (26) da Light, com explicações sobre os apagões do início da semana, ele disse que a empresa poderá ser multada em até 1% do seu faturamento anual e que a multa deverá reverter para a população afetada. Em duas semanas, a Aneel deverá ter uma posição concreta a respeito, informou Hubner, ao participar de um leilão em que a agência ofertou 11 linhas de transmissão e oito subestações, divididas em oito lotes, envolvendo obras em oito estados.

Segundo Hubner, a Aneel está muito preocupada com a situação no Rio de Janeiro e, por isso, determinou que a Light lhe enviasse diariamente um relatório sobre as ocorrências do dia anterior, informando as áreas afetadas, a população atingida e a carga que foi interrompida.

“A Light alegou que no Rio o mercado consumidor estava estável nos últimos dez anos e que agora, com essa onda de calor, acabou sendo pega de surpresa e teve que trabalhar com limites de carregamento do sistema muito acima daqueles trabalhados nos últimos anos. Mas é lógico que uma empresa desse porte, que atende a um mercado como esse, não pode trabalhar no limite”, afirmou o diretor da Aneel.

Para ele, a empresa tem que ter um sistema configurado para essas situações. “E o que nós estamos exigindo é isso: ações de curto prazo e planejamento de longo prazo, de modo que a população não venha a ser afetada com os transtornos que vêm tendo antes mesmo do verão.” O  verão começa no dia 21 de dezembro.

Hubner disse que a Light tem 15 dias de prazo para informar as medidas que adotará para atender à demanda no verão, pois, até agora, só foram apresentadas ações que estão sendo implementadas no curto prazo. “Eles [dirigentes da Light] se dizem surpreendidos com a elevação do consumo de energia nesse período, que está levando aos blecaute, mas é óbvio que a Aneel não aceita tais justificativas.”

“Uma empresa do porte da Light, que atende a uma determinada região e tem um mercado como o do Rio de Janeiro, com registro de picos de calor em determinadas épocas, tem que estar dimensionada e preparada para atender ao aumento do consumo, o que não está acontecendo este ano”, concluiu o diretor da Aneel.


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Light se diz surpreendida por onda de calor no Rio, mas pode ser multada pela Aneel

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