O cantor e compositor pernambucano Lenine
apresentará amanhã seu mais recente álbum, Labiata, em show único
na tradicional casa parisiense Olympia.
Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Lenine fala que
sempre foi bem recebido na França, país onde tem se apresentado com
frequência nos últimos anos.
“Pode ser que seja porque tenho pinta de bretão, com minha cara
de viking bárbaro”, brincou o artista.
Uma amostra dos laços de Lenine com a França é o hino que compôs
para a celebração do ano do Brasil na França em 2005.
Desta vez, o pernambucano trabalha junto com o músico francês
Arthur H na composição do hino do ano da França no Brasil em 2009.
Em 2004, Lenine fez uma série de shows na Cidade da Música de
Paris, que foram compilados em um DVD intitulado Lenine in Cité.
O artista ainda disse ao Monde que se considera a salvo da
pirataria, por ser “um artesão” da música.
“Tenho 70 mil fãs no Brasil que compram tudo o que faço. Estou a
salvo. Não dependo nem da indústria, nem da crítica, nem do
marketing. Meus admiradores querem que eu me arrisque, que
experimente, que me jogue do 20º andar, se necessário”, afirmou o
pernambucano.
Lenine ainda afirmou que “os efeitos depressivos e paralisantes
da crise econômica” são mais notáveis na Europa, dizendo que, no
Brasil, se nasce “com a ideia da instabilidade, a perspectiva da
crise faz nascer outros sistemas, a solidariedade”.
O cantor assegurou que o Brasil assiste a um renascimento
cultural, que vai além do que é feito no eixo Rio-São Paulo e que
inclui “o Sul, com sua estética do frio”, e o Festival Folclórico de
Parintins, no Amazonas.
“O Brasil tem problemas para se mostrar como é. Sua imagem muda,
mas está na situação de um adolescente que descobre ter acne diante
do espelho e se acha horroroso”, concluiu Lenine.