Madonna – Celebration
Fazer uma coletânea pode parecer fácil, e muitas vezes lançamentos que não trazem músicas inéditas e apenas elencam algumas faixas importantes da carreira de um artista são considerados como sinal de preguiça ou vontade de ganhar dinheiro fácil.
Não é esse o caso de Celebration, de Madonna, compilação de dois discos que traz 35 músicas chave da discografia da Material Girl, além da inédita Celebration, produzida em parceria com Paul Oakenfold.
Celebration é uma coletânea pensada com cuidado muito mais do que uma simples reunião de hits, o álbum duplo é um achado, conseguindo criar uma ordem coerente para as faixas, que sintetizam com competência momentos importantes da carreira de Madonna.
A coletânea mostra como é difícil fazer, de maneira competente, uma compilação de sucessos quando o artista em questão possui um repertório tão vasto e variado como a rainha do pop. E é por isso que é surpreendente que Celebration não seja uma grande picaretagem a coletânea tinha tudo para ser um lançamento vazio e grandiloquente. Entretanto, Madonna consegue reinventar a si mesma até quando o assunto é lançar de novo o que todo mundo já ouviu.
É incrível a fluência com que os hits de Madonna se apresentam, não deixando nunca o ritmo cair. Hung Up, Music, Vogue, Like a Virgin, Into The Groove, Ray Of Light, Erótica, Justify, La Isla Bonita, Material Girl, Crazy For You, Miles Away, Frozen e Hollywood são algumas das músicas que com certeza vão fazer a alegria dos fãs da cantora. Além dos hits, há a faixa Revolver, feita em parceria com o rapper Lil’ Wayne.
O projeto gráfico da coletânea é uma atração a parte, principalmente para quem sente falta de encartes caprichados e que retratem a atmosfera do álbum. Se você é fã, pode ir sem medo Celebration vai ficar na sua playlist por muito tempo. (Stefanie Gaspar)
Muse – The Resistance
Abram alas para o Muse, porque em 2009 ele chegou majestoso, épico, catártico e megalomaníaco. Em The Resistance, o grupo de Matt Bellamy jogou para os ares o medo de parecer ridículo e se jogou na grandiloquência – tanto que o álbum encerra com três sinfonias, com direito a parte um, dois e três, tudo acompanhado por um piano dramático.
Algo aqui lembra Queen? Pois é, é mais ou menos nesse estilo que o Muse caminha em The Resistance, sem medo de ser criticado ou ridicularizado por ter escolhido um rumo musical tão teatral. Porque The Resistance pode ser exagerado, mas é um exagero virtuoso, que mostra como os músicos do Muse sabem o que fazer com as melodias e as letras.
A sinfonia conduzida com maestria pelo Muse em The Resistance é daquelas que não vão sair da sua cabeça por muito tempo. Como esse é um álbum da categoria ame ou odeie, não há problema nenhum em simplesmente não gostar do exagero que é o novo trabalho do Muse. O que não dá para ignorar é a competência do Muse na hora de criar suas viagens musicais grandiosas, além da cara de pau de oferecer ao mercado um álbum que pode muito bem soar cafona se levado a sério.