Centenas de pessoas assistiram hoje, em Havana, à apresentação do Diccionário de Pensamientos de Fidel Castro, que reúne frases enunciadas pelo ex-presidente em discursos e entrevistas nos últimos 50 anos.

O livro inclui mais de 490 entradas em ordem alfabética, com precisão de onde e quando foram pronunciadas, e entre as que mereceram mais páginas estão capitalismo, educação, homem, ideias, partido, povo, revolução e socialismo.

O volume, publicado pela Editorial Política (estatal), é obra do pesquisador cubano Salomón Susi, que desde 1979 estuda a oratória de Fidel e agora apresenta sua recopilação como um “presente” para o ex-governante, a cinco dias de completar 83 anos.

Susi disse que é “um modesto esforço que requer ampliação”, mas tem a “essência” do “pensamento dialético” de Fidel, que não aparece em público desde julho de 2006, quando adoeceu e cedeu a Presidência ao irmão mais novo Raúl, após quase meio século no Poder Executivo.

O pesquisador ressaltou a jornalistas que as ideias de Castro mantêm sua “atualidade”, e disse não saber se a editora tem entre seus planos publicar o volume fora da ilha.

Os 700 exemplares colocados à venda na sede do Instituto Cubano do Livro não foram suficientes para o numeroso público que compareceu ao lançamento, no qual não havia autoridades de alto nível nem estatais, nem do governante Partido Comunista.

“O (livro) do ‘comandante’ vende como pão quente, por isso tinham que ter feito uma tiragem de pelo menos 2 mil”, disse à Agência Efe Magaly, de 71 anos, que não conseguiu um exemplar, apesar de ter chegado com quatro horas de antecedência.

Um dos compradores, René Cortina, de 32 anos, disse que o dicionário é “uma arma para cada jovem, porque contém as ideias que guiaram a Cuba durante 50 anos e que mantêm total vigência”.

Nos últimos anos, as editoras cubanas publicaram dezenas de títulos do ex-presidente ou sobre ele.

Em dezembro do ano passado, foi lançado Así es Fidel (Assim é Fidel), um resumo de lembranças contadas por figuras como o escritor colombiano Gabriel García Márquez, o filósofo francês Jean-Paul Sartre e o político espanhol Santiago Carrillo.

Em 2008, também foi publicado La Paz en Colômbia (A Paz na Colômbia), de Fidel, que revisa as chaves do conflito daquele país com documentos e análise sobre fatos e personagens.

Um ano antes, apareceu o volume de entrevistas Cien Horas con Fidel (Cem Horas com Fidel), do jornalista hispânico-francês Ignacio Ramonet, o mais vendido da Feira do Livro de Havana de 2007. 


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Lançado em Cuba o "dicionário de pensamentos" de Fidel Castro

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