O britânico Ronnie Biggs, conhecido como o “ladrão do século” pelo assalto ao trem pagador de Glasgow (Escócia), em 1963, quer ver um jogo do Arsenal, clube para o qual torce, antes de morrer.

Segundo o “Evening Standard”, Biggs está recuperando-se de uma pneumonia. Ele, que viveu 35 anos no Brasil, foi libertado da prisão em agosto, após o ministro da Justiça britânico conceder sua libertação.

No último fim de semana, ele deixou o lar de repouso para idosos onde vive em Barnet, no norte de Londres, até a casa de seu filho Michael para assistir pela televisão o clássico entre Arsenal e Tottenham, rivais do norte da capital britânica.

Aparentemente Biggs está em condições de ir ao Emirates Stadium para ver o Arsenal. Provavelmente ele estará no local para o jogo do próximo dia 29 de novembro com o Chelsea, pelo Campeonato Inglês.

Biggs foi condenado a 30 anos de prisão pela participação, junto com outras 15 pessoas, a um assalto ao trem postal de Glasgow na altura de Ledburn (sul da Inglaterra), em 8 de agosto de 1963, quando Biggs completou 34 anos.

Cerca de 2,6 milhões de libras (3 milhões de euros atuais) foram roubados, um recorde para a época.

Os assaltantes, porém, acabaram presos em janeiro de 1964. Mas Biggs ficou pouco tempo na penitenciária de Wandsworth.

Depois de 15 meses atrás das grades e com 29 anos de pena ainda pela frente, ele fugiu com uma escada de corda feita à mão e com a ajuda de uma caminhonete que o aguardava do lado de fora do presídio.

Fora da prisão, Biggs foi para Paris com a mulher, Charmian, e os dois filhos, Farley e Chris. Após se submeter a uma cirurgia plástica, ele e o resto da família, munidos de passaportes falsos, foram para a Austrália.

Mas quando a Scotland Yard chegou ao seu encalço, o assaltante fugiu para o Brasil, que na época ainda não havia assinado um tratado de extradição com o Reino Unido.

Em 1974, o detetive Jack Slipper, que passou a vida perseguindo Biggs, conseguiu detê-lo no Rio de Janeiro. Mas o assaltante voltou a dar uma volta na Justiça britânica.

Como estava se divorciando da mulher e havia acabado de se tornar pai de Michael, o filho que teve com a dançarina brasileira Raimunda de Castro, ele conseguiu evitar sua extradição.

Em 2001, Biggs retornou voluntariamente ao Reino Unido após permanecer no Brasil foragido da Justiça.


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"Ladrão do século", Ronnie Biggs quer ver jogo do Arsenal antes de morrer