Ela tem “catchigurya”, um poder de “umidificação” que é o maior “baphão” e que faz o maior sucesso entre as “bee”. Nunca está de mau humor: se não gostou de algo, “chama o balde” e põe no som uma Lady Gaga ou qualquer outra música “batchi cabelo” para se sentir bem e exclamar e sair por aí exclamando “alocka”.

Katylene Beezmarcky,” trava” criada em Xerém, entre giletadas e apedrejamentos, é o personagem mais divertido da internet brasileira há pelo menos três anos. Com seu linguajar singular e talento para “gongar” as pseudo- sub-celebridades nacionais e internacionais, o personagem criado por Daniel Carvalho, 22 anos, virou um ícone pop, cult, cujo sucesso expandiu de tal forma que chegou às pistas de dança e, preparem-se, para as telas da TV (vem aí um programa no Multishow).

“Nunca dá pra ter noção das proporções que essas brincadeiras de internet vão tomar, né?”, ri Daniel, a Katylene, cujo blog chega a registrar mais de 1 milhão de visitas mensais. Ele conta que o travesti fictício nasceu após os frequentes pedidos das “amigues”, para que ele e sua amiga Mari Inbar publicassem as asneiras que amavam falar por aí. Logo depois nascia o blog Papel Pobre.

Em seu começo, Katylene era atualizada pela dupla e fez sucesso imediato. Às vezes, o blog registrava mais de 10 posts diários e era comum deixar o site aberto, dando um F5 a cada momento. Uma curiosidade daquela época é que a Katylene de 2007 era muito mais ácida do que a atual e, dizem os recalcados, pegava pesado demais – leia-se: digno de processos. “Fomos desmascarados e achamos melhor deletar o blog por motivos profissionais. Long story”, conta.

O blog ficou meses fora do ar e diversas campanhas surgiram na web dispostas a ressuscitar a personagem, que já foi considerada musa do Twitter em uma premiação. Em outubro de 2008 o site voltou como www.katylene.com, apenas com Daniel no comando, que deixou Katy mais “paz e amor” desde então. “O linguajar mudou de forma natural. Com a metade feminina (e mais maldosa) da dupla saindo acho que sobrou mais o ‘pajubá’ gay mesmo”, diz.

De volta ao batente, Katylene ficou mais popular do que já era. Tanto que virou fonte de renda: além de posts pagos e abrir espaço para a publicidade no site, a “trava” virou DJ! Mas quem aparece nos eventos é Daniel, de cara limpa, o que não tem nada a ver com a montagem de uma foto de sua mãe que ele usa para ilustrar o blog e o perfil do Twitter. “Katylene virou profissão!”, brinca.

Daniel jura que escrever à la Katy não dá trabalho algum. “Eu tenho muito mais problema pra escrever sem ‘katylenês’ do que pra escrever com Ys e SHs”, brinca. Já que ele sofre tanto para escrever de maneira civilizada, vejamos o que a Katylene tem a dizer para o Virgula:

Por que você faz post pago? A vida tá dura?
Bêu abôr, graças a Santa Cher a única coisa dura que eu tenho enfrentado nessa vida tem sido ash necash, mas com essa abusada da Beyonça aparecendo cada dchia com uma peruca maish cara fica dificil manter o nivel, néan? Daí a gentchy tem que se virar (oi?) como dá.

Que cursos de informática você fez para realizar aquelas montagens incríveis?
Na temporadãn que eu passei fazendo mishê na Itália eu trabalhay como tratadora de imagem de uma famuósa agência de modelos, que eu obviamentchy não posso dizer qual é. Lá aprendi todos os segredos da “manipulação a seu favor”.

Virar amiga da Carolina Dieckmann é o maior exemplo de seu sucesso?
“Chequelina” não mingana. Sei muito bem que ela força essa amizadche pra poder ganhar deshconto nos produtos Jequitchy que eu revendo prazamyga.

True Blood ou Crepúsculo?
Não consigo reshponder isso sóbria, é muita pressão, desce uma shampanhe?

Que músicas você não deixa de tocar na balada?
Tiazinha, Bro’z, Ke$ha, a véia shata da Madonna, umas Lady Gagazeenha, Beyonça, enfim, esse playlistch básico que toda guei ouve na esteyra ou no banho.

Qual seu Tumblr “Porra alguma coisa” favorito?
Impossível ignorar o Porra, Felipe!, mas eu amo o http://porrayudi.tumblr.com. Sempre achey esse erê muito pintosinha.

Sem o (site) Ego a Katylene não existiria?
Sem o Ego alguém existchiria?

O que fazer para conquistar o coração da Katylene?
Me paga uma jurupinga, me chama de cremosa, recita Katinguelê no meu ouvidjeenho e me empurra na parede que eu gamo.


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Katylene: vida e obra do travesti mais engraçado da internet