O cineasta franco-polonês Roman Polanski, preso perto de Zurique há dois meses, não será colocado em liberdade condicional sob prisão domiciliar antes de sexta-feira, à espera do pagamento da milionária fiança imposta pela justiça na semana passada.
Folco Galli, porta-voz do Ministério da Justiça suíço, revelou nesta terça (01) que a fiança de 4,5 milhões de francos (3 milhões de euros) será depositada nos próximos dias.
Segundo ele, a casa que Polanski possui na estação de esqui de Gstaad está recebendo equipamentos de vigilância eletrônica para que o cineasta cumpra a pena de prisão domiciliar pelo pedido de extradição dos Estados Unidos, de onde fugiu em 1978 depois de ter confessado que manteve relações sexuais com uma adolescente.
Galli afirmou na segunda (30) à Agência Efe que o Ministério da Justiça suíço quer a libertação “discreta” de Polanski, e que só anunciarão sua saída “quando já tiver ocorrido”.
Não explicou, porém, as medidas que vão adotar para driblar os inúmeros jornalistas e fotógrafos em vigília em frente à prisão na localidade de Wintertur.
No chalé de Polanski em Gstaad há dias iniciariam os preparativos para recebê-lo. Funcionários de uma empresa de segurança colocaram um sistema eletrônico de vigilância ao redor da propriedade para garantir a prisão domiciliar.
Com uma área de 1,8 mil metros quadrados, o chalé Milky Way (A Via Láctea), uma construção antiga totalmente reformada por Polanski, está situado na exclusiva estação de esqui de Gstaad, que conta com 4 mil habitantes.
O sistema que permitirá vigiar o cineasta é formado por câmaras de vigilância, portas blindadas e alarmes no interior e no entorno da residência, além de um bracelete eletrônico fixado ao tornozelo do cineasta.
Polanski não poderá deixar a propriedade, mas terá liberdade para receber ali todas as visitas que quiser e hospedar quem desejar.
Ele terá direito também de fazer ligações telefônicas ilimitadas e acesso à internet, conforme detalhou o Escritório Federal de Justiça da Suíça.
Inúmeros jornalistas permanecem de prontidão em frente ao chalé, situação que alterou a tranquilidade habitual da região, onde diversos milionários e famosos têm casas.