Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e as direções dos sindicatos que representam os 4,2 mil trabalhadores demitidos recentemente pelo grupo. Nesta sexta-feira (13/03), o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas), Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, prorrogou a liminar que suspende os efeitos das demissões até o próximo dia 18, quando será julgado o recurso da fabricante de aviões contra a suspensão das demissões.
Durante a audiência, realizada na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas, a empresa propôs o pagamento de indenização de dois salários, limitados a R$ 3,5 mil, sendo o teto de R$ 7 mil.
Apesar de considerar a proposta “ridícula”, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, afirmou que será difícil ter mais algum avanço na negociação. “A proposta feita por eles [Embraer] é própria de quem não quer negociar.”
Segundo coordenador nacional da Conlutas, José Maria de Almeida, a dispensa dos empregados da Embraer mostra a necessidade de regular as demissões em massa que ocorrem no país. “Queremos a reintegração de todos os companheiros, mas podemos encontrar uma solução a partir das propostas do tribunal.”
O desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva disse que as demissões ocorridas na Embraer são uma novidade que exigem uma maior reflexão. “Talvez seja preciso mudar as leis, mas a jurisprudência já é um caminho.”