Integrante do Primeiro Comando da Capital, Julinho Carambola, foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de juiz-corregedor dos presídios de Presidente Prudente. O julgamento durou 14 horas no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo, nesta quinta-feira (1º).
Por quatro votos a um, os jurados entenderam que Julinho Carambola foi um dos mandantes do crime ocorrido há seis anos.
Na madrugada desta sexta-feira (2), o juiz Alberto Anderson Filho leu a sentença e explicou que o réu é reincidente e o crime do qual ele participou é grave, por isso ele foi condenado a 29 anos de pena.
Marcos Herbas Camacho, o Marcola, e Julio César de Moraes, o Julinho Carambola, líderes da faccção criminosa, seriam julgados juntos ontem. No entanto, o advogado de Marcola se recusou a participar do julgamento e seu cliente também não compareceu. O fato da defesa não participar do júri atrasou o início dos trabalhos em duas horas; o início estava marcado para a uma da tarde.
Histórico
Marcola e Julinho Carambola são apontados pelo Ministério Público como mandantes da morte de Antonio José Machado Dias, juiz-corregedor dos presídios de Presidente Prudente. Dias foi morto em 2003, vítima de uma emboscada, quando saía do fórum da cidade, a 549 quilômetros da capital paulista. O motivo do crime teria sido vingança, já que Machadinho sentenciou integrantes da facção presos no interior do Estado.
Segundo o Ministério Público, no dia seguinte da morte, houve uma grande comemoração nos presídios da região. A prova é um bilhete, apreendido na penitenciaria de Avaré, que teria sido escrito por Rogério Geremias, o Gege do Mangue, e seria entregue a Marcola. O bilhete possuía uma alusão à morte do juiz Antonio José Machado Dias e dizia que a missão havia sido cumprida.
Julgamento
O julgamento de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, deverá ser marcado para uma outra data. Seu advogado, Roberto Parentoni diz que não há problema com a realização do julgamento, mas cobra que possa ter acesso ao seu cliente.
Julio César de Moraes, o Julinho Carambola, compareceu ao Fórum Criminal da Barra Funda, cercado por forte esquema de segurança. O integrante do PCC está detido na Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Prudente.
Nesta quinta-feira, foram ouvidos durante o julgamento dois delegados como testemunhas de acusação. Ambos falaram sobre a criação do PCC e garantiram que Julinho Caramola integra o alto escalão do crime organizado paulista.
Logo depois, outro delegado e dois funcionários do sistema penitenciário paulista falaram sobre o comportamento do réu, como testemunhas de defesa. Todos os depoimentos trouxeram poucas novidades para o processo sobre a morte do juiz-corregedor dos presídios de Presidente Prudente.
Já foram condenados pelo crime: o executor, o homem que levou o assassino até o local e o bandido que falsificou a placa do carro para o homicídio. Outro envolvido é Sandro Henrique da Silva, o Gulo, que teve o processo extinto por ter sido morto na Penitenciária de Mirandópolis, em abril de 2007.